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FRAUDE NA FMS DE TERESINA: “Roubar da saúde coloca vidas em risco”, afirma Dr. Pessoa

Na manhã dessa quarta-feira (02), a Polícia Federal (PF) cumpriu 10 mandados de busca e apreensão na sede da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina na fase ostensiva da operação Caligo. A investigação apura fraudes em contratos emergenciais entre a fundação e duas empresas fornecedoras de equipamentos para o enfrentamento à Covid-19.

De acordo com a PF, foram calculados 419% de superfaturamento. Além disso, foi notada uma divergência entre as quantidades de produtos comprados e entregues no órgão.

Para o pré-candidato a prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, a situação é inaceitável. “Sou médico e sei que um centavo em investimento na saúde faz falta e coloca vidas em risco, imagina o desvio de milhões. A PF precisa investigar a fundo e prender todos os envolvidos nessa fraude. Venho de uma família muito humilde, que pouco contribuiu com minha alfabetização, mas desde sempre sei o que é honestidade. A atual gestão se vangloria de educação, mas quem rouba não tem educação e muito menos caráter. Isso só aprendemos em casa”, disse.

O valor de superfaturamento apontado pela PF em contratos de compras de insumos para o combate à Covid-19 firmados pela FMS daria para construir, pelo menos, dois novos hospitais de campanha em Teresina.

De acordo com as investigações, o lucro bruto das empresas investigadas pode ter ultrapassado a marca de R$ 4,5 milhões, se comparado o preço de mercado praticado com o superfaturamento dos produtos adquiridos pela gestão municipal.

O valor é mais do que o dobro do que foi gasto pela Prefeitura de Teresina para construir o Hospital de Campanha Pedro Balzi, localizado no setor de esportes da Universidade Federal do Piauí (UFPI). A obra, entregue no último mês de maio, foi orçada em R$ 1,9 milhão.

O valor que pode ter sido superfaturado em contratos firmados pela Fundação Municipal de Saúde e as empresas investigadas na operação Caligo também é bem próximo ao gasto para colocar em funcionamento o hospital de Campanha do Ginásio Verdão, que custou aos cofres públicos cerca de R$ 5 milhões, de acordo com o governo do Estado.

“Esse lucro que foi verificado foi o mesmo valor que o governo do Piauí gastou no hospital de campanha do Verdão, então, a gente vê a capacidade econômica da prática criminosa”, ressaltou a superintendente da PF, delegada Mariana Paranhos.

Deflagrada nesta quarta-feira (02) pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, a Operação Caligo investiga indícios de superfaturamento em compras realizadas pela Fundação Municipal de Saúde (FMS) durante o período da pandemia da Covid-19.

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Redação

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