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Rússia diz estar disposta a negociar e informa que Ucrânia aceitou diálogo

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou hoje que o país está disposto a negociar se a Ucrânia deixar de lutar e “soltar as armas”. Segundo o chanceler russo, o país não tem a intenção de ocupar Ucrânia, mas “libertar os ucranianos da opressão”.

“Estamos prontos para negociações, a qualquer momento, assim que as forças armadas ucranianas ouvirem nosso chamado e soltarem suas armas”, disse Lavrov em entrevista coletiva no dia seguinte ao início da invasão russa.

A Rússia, ainda de acordo com Lavrov, “tomou a decisão de realizar uma operação militar especial para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia e, assim, livre da opressão, os próprios ucranianos poderão decidir seu futuro”, afirmou o chanceler em entrevista coletiva em Moscou.

O ministro também afirmou que o governo russo tem “várias soluções diplomáticas ao conflito”, mas disse que as tratativas foram prejudicadas. “As negociações foram prejudicadas por uma sabotagem aberta e a Rússia foi acusada de falhar na implementação dos acordos de Minsk. Isso é uma vergonha”, completou.

A agência estatal da Rússia RIA Novosti informou que o país vizinho aceitou diálogo e quer “sentar à mesa”. À Reuters, o conselheiro presidencial da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, afirmou que o governo ucraniano quer a paz e está pronto para conversações com a Rússia, inclusive sobre o status neutro em relação à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

“Se as conversações forem possíveis, elas devem ser realizadas. Se em Moscou eles dizem que querem manter conversações, inclusive sobre o status neutro, não temos medo disso”, disse ele através de uma mensagem de texto. “Podemos falar sobre isso também. Nossa disponibilidade para o diálogo é parte de nossa persistente busca da paz”, acrescentou.

A Ucrânia atualmente não faz parte da Otan ou da União Européia, embora queira aderir a ambas, o que desagrada a Moscou, que governou a Ucrânia no período da União Soviética.

Depois de protestos pró-democracia derrubarem um presidente ucraniano aliado à Rússia em 2014, Moscou anexou de Kiev a península da Crimeia, no Mar Negro, e continuou a apoiar os rebeldes que combatiam as tropas do governo no leste do país.

Ministro negou planos de ocupação da Ucrânia

Lavrov ainda disse durante a entrevista que “ninguém está planejando ocupar a Ucrânia”. Ele acrescentou que a Rússia ainda não reconhece o atual governo na Ucrânia como democrático e que o presidente Volodymyr Zelensky está mentindo quando diz que está pronto para discutir o status neutro da Ucrânia.

Segundo o chanceler, o governo russo quer que o povo ucraniano seja independente. “Não queremos que os neonazistas governem a Ucrânia”, disse ele.

 

Mapa Ucrania - Arte/ UOL - Arte/ UOL
Imagem: Arte/ UOL

 

Fontes militares dos Estados Unidos disseram ontem que, com “superioridade aérea absoluta”, o exército russo está com a intenção de “decapitar o governo” e substituí-lo por um pró-Rússia. Depois de disparar mais de 160 mísseis contra alvos militares ucranianos, as forças russas avançaram rapidamente ao sul a partir de Belarus e “se aproximaram de Kiev” ao longo do dia, indicou um alto funcionário do Pentágono.

Sirenes voltaram a soar em Kiev

As sirenes de emergência voltaram a soar na manhã de hoje em Kiev, capital da Ucrânia, em meio a novos ataques da Rússia previstos para acontecer nas próximas horas. As forças militares russas tentam avançar em direção à cidade, alvo de mísseis desde a noite de ontem (horário de Brasília), segundo o governo ucraniano.

Em um comunicado divulgado hoje, o Serviço de Guarda de Fronteira da Ucrânia informou que, devido à imposição da lei marcial, a saída de cidadãos do sexo masculino com idades entre 18 e 60 anos está temporariamente restrita.

Segundo informações da CNN Internacional, 18 mil armas foram distribuídas a reservistas na região de Kiev. “Em breve vamos receber suporte adicional de armas modernas e outros recursos de nossos parceiros”, disse o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov.

Com informações da AFP e Reuters

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