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Países terminam 2021 com recorde de novos casos de covid-19

O ano de 2021 terminou com mais que o dobro de casos de covid-19 que o ano anterior e 84% de mortes a mais do que em 2020. Diante do avanço do contágio da variante ômicron, diversos países apresentaram recorde de novas infecções no dia 31 de dezembro.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2021 foram registrados 198 milhões de casos de covid-19 — o ano anterior contabilizou 83 milhões de infectados. Já as mortes corresponderam a 3,5 milhões, enquanto 2020 teve 1,9 milhão de óbitos.

O aumento recente de casos, atrelado ao contágio pela ômicron, levou diversas capitais de países a cancelarem festas públicas na virada do ano.

Ontem (31), o Reino Unido registrou a pior quantidade de novos casos de covid-19 em toda a pandemia: 189.846. De acordo com o governo britânico, o valor é 48,7% maior que a quantia de novas infecções registradas uma semana antes. Em contrapartida, foram contabilizadas 203 mortes pela doença, o que indica queda de 5,3% na comparação com os sete dias anteriores.

A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês) considera que a variante ômicron apresenta um terço do risco de hospitalização da variante delta. Os dados constam em estudo divulgado ontem, em parceria com a Universidade de Cambridge, após avaliação de mais de um milhão de casos das duas cepas.

A UKHSA também concluiu que as vacinas apresentam boa proteção contra a ômicron: uma dose foi associada a um risco 35% menor de hospitalização, enquanto duas doses reduzem o risco a 67%.

Em Portugal, que teve ontem o seu quarto dia consecutivo de recordes de contágio, a quantidade de novos casos foi de 30.829. A DGS (Direção Geral de Saúde) aponta que a incidência acumulada segue em alta, com 1.182,7 positivos para cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.

Outro fator em alta observado no país é o índice de transmissão, que passou de 1,29 — valor registrado no dia 30 de dezembro — para 1,35. Até a quarta-feira (29), a ômicron respondia por 82,9% dos casos de covid-19 no país.

A quantidade de pessoas hospitalizadas pela doença no dia 31 foi de 1.024, dez a menos do que no dia anterior. O país tem 88% da população com esquema completo de vacinação. Se considerados apenas os maiores de 11 anos de idade, o índice chega a 98,3%.

Outro país europeu a registrar recorde de casos no última dia do ano foi a Itália; em 24 horas, foram 144.243 novas infecções. Foram realizados 1,2 milhão de testes para detectar o coronavírus, o que indica que 11,03% deram positivo. Um estudo indica que a ômicron responde por 21% dos novos casos no país.

Na América do Sul, a Argentina teve a segunda maior alta de novos casos de covid-19 desde o início da pandemia: 47.663 infectados, segundo o boletim publicado pelo Ministério da Saúde do país. O recorde do país é de 50.506 novos registros, marca atingida no dia 30.

O Ministério da Saúde argentino considera, atualmente, 230.180 casos ativos, ou seja, de pessoas que podem transmitir o coronavírus para outras.

Américas: região de maior alta de casos no mundo

De acordo com órgãos internacionais de saúde, a região das Américas encerrou o mês de dezembro com a maior alta no mundo de casos de infecção.

“O que se deve esperar, com respeito à ômicron, é que comecemos a ver agora, a cada semana, uma elevação exponencial de casos e uma clara tendência de alta nas curvas epidêmicas. Mas, que isso não seja acompanhado de momento de maior mortalidade”, disse Pedro Porrino, coordenador de Saúde em Emergências para o continente da FIRC (Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho), em entrevista à Agência Efe.

A OMS indicou que, entre os dias 20 e 26 de dezembro, foram registrados 4,9 milhões de casos no mundo, a quantidade mais alta de novas infecções em quase sete meses. As mortes, no entanto, chegaram a 44 mil e mantiveram patamar similar ao de semanas anteriores.

Nesse período, as Américas apresentaram um maior aumento no número de positivos, de 39%, enquanto a África chegou a 7%, e a Europa a 3%.

Segundo a Opas (Organização Panamericana da Saúde), o maior número de novos casos foi registrado nos Estados Unidos, Canadá e Argentina, que tiveram recordes diários de novos infectados na última semana.

Com informações das agências EFE, ANSA, Reuters e Estadão Conteúdo

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