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Datafolha que mostra PT com força gera previsão de bancada turbinada e expõe cisão sobre federação

pesquisa Datafolha que mostrou que o PT alcançou seu melhor resultado na preferência partidária do brasileiro desde 2013, com 28%, repercutiu positivamente entre as lideranças do partido, que projetam grande aumento da bancada no Congresso.

O desempenho é usado por petistas na discussão interna do momento, sobre a formação de federação com outros partidos de oposição, como PSB e PCdoB. Quem é contra diz que o PT vai ser usado, e quem é a favor afirma que não se pode olhar apenas para o próprio umbigo.

Os petistas listam motivos para explicar o crescimento recente: as crises provocadas pelo governo Jair Bolsonaro (PL), as derrotas no STF de Sergio Moro (Podemos) e uma campanha ativa para aumentar o número de filiados.

“Na dor, o povo brasileiro está tendo que relembrar os avanços do governo do PT”, diz Alexandre Padilha (SP).

Para Jilmar Tatto, secretário de Comunicação do PT, o partido vai chegar a 35% nas pesquisas de preferência partidária, impulsionado por Lula. Segundo ele,

Tatto é contra a formação da federação e afirma que o PT teria seu crescimento eleitoral limitado pela união. “Não é à toa que esses partidos querem fazer federação conosco. Porque sabem que o PT, com esse percentual, vai dobrar a bancada”, afirma. O partido tem hoje 53 deputados federais.

“Para o PT não tem vantagem nenhuma. É só ruim. Em 42 anos nós nunca debatemos a ideia de federação. Tem que haver uma discussão de médio prazo, não pode ser no afogadilho. Engessa o PT. É temerário, perigoso e até irresponsável com os milhões que acompanham o PT”, completa.

Líder do PT na Câmara, Bohn Gass (RS) diz que o crescimento de bancada não deve ser usado como medida para rejeitar a federação.

“O PT não pode pensar só em si. Tem que pensar no crescimento dos coirmãos, que participariam dessa federação e têm unidades programáticas. Tem que passar um aspecto positivo de força, de união, de compartilhamento. Se o PT consegue fazer isso, cresce no sentido substantivo, não só numérico”, afirma.

PT é o partido preferido dos brasileiros desde 1999.

O resultado de 28% é bem próximo ao melhor desempenho já registrado pela sigla, 31% em abril de 2012, no primeiro mandato de Dilma Rousseff. Vivia-se ainda o rescaldo do crescimento econômico dos governos Lula (2003-2010), mas o partido entraria pouco depois em processo de queda brusca.

​​Em junho de 2013, milhares de pessoas foram às ruas do país em protesto contra a má qualidade dos serviços públicos e os políticos em geral.

Ocupando a Presidência com Dilma, o PT foi o partido que levou o maior baque. Em pesquisa no final daquele mês, foi citado por 19%. Três meses antes, havia marcado 29%.

Fonte: Folha de S. Paulo

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