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Ciro Nogueira tenta calar senadora durante CPI e é criticado nas redes sociais

Pegou muito mal para o senador piauiense Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, ao questionar manifestação da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), durante depoimento do ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura desmandos do governo federal no enfrentamento à pandemia da Covid-19 no Brasil. Ao tentar interromper a senadora, a parlamentar revidou e acusou o político piauiense de temer as vozes femininas no Senado.

O episódio viralizou nas redes sociais, com postagens criticando atitude do senador piauiense. Veja alguns posts no Twitter:

A CPI da Covid não tem nenhuma mulher entre seus 18 titulares e suplentes. No entanto, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), disse que faria uma “concessão” para que duas senadoras pudessem fazer inquirições durante as audiências, o que desagradou os governistas, a exemplo de Ciro Nogueira, que defende com unhas e dentes o governo de Jair Bolsonaro.

Em um dos momentos mais acalorados, houve troca de acusações. A senadora Eliziane Gama chamou o senador Ciro Nogueira de “descontrolado” e disse para ele que não “admite grito”.

No momento em que Eliziane foi chamada a fazer perguntas a Teich, Nogueira, aliado ao governo, afirmou que não havia acordo e que não havia a previsão no regimento do Senado para que houvesse esse tipo de inserção na comissão.

“Nada contra a senadora, mas isso não está em regimento, não foi acordado pela comissão. A gente fica sendo o papel de vilão da situação se nós queremos cumprir o regimento e que o trabalho seja levado a sério. Isso não foi acordado”, afirmou Nogueira.

Vários senadores passaram a falar ao mesmo tempo e Aziz tentou acabar com o bate-boca e voltar a ouvir Nelson Teich. “Estamos em plena reunião, por favor. Fiz um apelo de ouvir a representação de uma senadora da República, não estou fazendo nenhum favor. Ontem fiz um apelo para Vossa Excelência para que pudéssemos atender ao pedido das mulheres. No teor do regimento, nós estamos sim fazendo uma concessão. Não é porque são mulheres, é porque elas têm uma representatividade igual à nossa”, explicou.

“Nós temos a CPI, ela tem 11 membros titulares e 7 suplentes, dessa quantidade de membros não tem nenhuma representação feminina, então sempre seremos no melhor dos cenários a 19ª a falar, o que conversamos é que o presidente da Comissão pudesse antecipar nossa participação, o presidente Omar disse que sempre seríamos a terceira a falar, então bem aí que começou o debate, fui a primeira e o senador Ciro Nogueira ficou alterado não admitindo que fizéssemos a participação naquele momento, o que não aceitamos”, disse a senadora Iliziane Gama.

Sem sucesso para finalizar a confusão, o presidente da comissão decidiu encerrar de vez a sessão.

Após a sessão a senadora rebateu o argumento de que a bancada feminina usaria do espaço para atacar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), sinalizando que há parlamentares da base no grupo. “Não é simplesmente um grito, ou tentar cercear nossa voz que vamos nos calar, nos impusemos e colocamos de forma muito firme nossa posição. É um argumento totalmente descabido, estavam tentando criar uma cortina de fumaça para aquilo que é real, não deixar as mulheres falarem. Meu partido é independente, temos senadoras de oposição, senadoras da base. Esse é um argumento fajuto, não tem o menor sentido. Tanto que os senadores fizeram uma reunião depois e admitiram o excesso dos colegas”.

Em uma entrevista recente, o senador Ciro Nogueira acusou que a CPI estava sendo instalada para tentar prejudicar politicamente o presidente Jair Bolsonaro e sustentou que essa investigação não ia dar em nada.

Veja mais alguns posts contra o senador:

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