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Saída da Rússia do acordo de grãos e fracas exportações sobem preços da comida

s preços globais dos alimentos subiram 1,3% em julho, em comparação com o mês anterior, de acordo com o Índice de Preços de Alimentos da Organização para a Alimentação e Agricultura, FAO.

A medição mensal revela que a alta se deve à interrupção da Iniciativa de Grãos do Mar Negro e às restrições nas exportações de arroz impostas pela Índia em julho. Foi a primeira vez em que os custos do produto e do óleo vegetal disparam em três meses.

Brasil e Argentina

O Brasil é citado ao lado da Argentina pela influência na queda dos preços globais do milho. Entre os fatores estiveram a maior oferta sazonal das safras e uma produção potencialmente maior do que foi previsto nos Estados Unidos.

Nesta sexta-feira, a agência da ONU lembrou ainda que abril ficou marcado pela alta de preços de açúcar. A situação  ditou a primeira subida ligeira do índice em um ano.

Os preços dos alimentos avaliados pela FAO vinham caindo desde os recordes observados no ano passado, após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Segundo o órgão, a interrupção do fornecimento dos dois maiores exportadores globais de trigo, cevada, óleo de girassol e outros produtos básicos acentuou a crise alimentar. 

Primeiro aumento em nove meses 

A agência da ONU chama a atenção global, especialmente pelo impacto da alta de preços dos alimentos em nações da África, do Oriente Médio e da Ásia, onde milhões de pessoas passam fome.

A publicação do índice acontece em meio à recuperação mundial de choques econômicos que ditaram o aumento da inflação, pobreza e insegurança alimentar em nações em desenvolvimento dependentes de importações de alimentos.

A FAO alerta sobre o potencial de agravamento de custos da comida com a saída da  Rússia do acordo em meados de julho. A iniciativa é apoiada pela ONU e pela Turquia

Na categoria dos cereais, o índice aponta a subida de 1,6% nos preços internacionais do trigo em julho em relação a junho, no primeiro aumento observado em nove meses.

Fenômeno El Niño 

A agência da ONU considera preocupante a proibição comercial da Índia sobre algumas variedades de arroz branco não Basmati porque leva à acumulação do alimento em algumas partes do mundo. Os preços do arroz subiram 2,8% em julho em relação ao mês anterior e 19,7% neste ano.

As restrições impostas no final do mês passado ocorreram em meio a uma manifestação do fenômeno El Niño que aconteceu mais cedo do que o esperado. 

O efeito foi  um clima mais seco e quente em algumas partes da Ásia, que afetou a produção de arroz. O nível atual de preços do produto é o mais elevado desde setembro de 2011, de acordo com a FAO.

A alta de 12,1% no custo do óleo vegetal, comparada a junho, foi na sequência de uma queda por sete meses consecutivos. A agência prevê uma alta de até 15% nos preços do óleo de girassol após “novas incertezas” decorrentes do corte de abastecimentos devido ao retrocesso no acordo de grãos.

Fonte: ONU News – Imagem: ADB/Rahim Mirza

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