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ONU diz que Acordo de Jedá é “primeiro passo” pelo fim do conflito no Sudão

O Mecanismo Trilateral formado pelas Nações Unidas, pela União Africana e pela Autoridade Intergovernamental sobre o Desenvolvimento, Igad, elogiou a assinatura de uma Declaração de Compromisso para Proteger os Civis do Sudão. 

O Exército sudanês e as Forças de Apoio Rápido adotaram o acordo limitado na quinta-feira, em Jeddah, Arábia Saudita. O entendimento fechou uma semana de negociações entre militares e paramilitares e prevê a proteção de civis e que seja permitida a passagem de ajuda humanitária. 

Primeiro passo importante 

Para o grupo internacional, o acordo é um primeiro passo importante para aliviar o sofrimento humano e proteger a vida e a dignidade dos civis no país. O apelo às partes é que empreendam esforços imediatos para traduzir os compromissos em ações significativas no terreno. 

Refugiados sudaneses que fugiram do conflito no Sudão construíram abrigos improvisados em Koufroun, no Chade.
© WFP/Jacques David

 

Refugiados sudaneses que fugiram do conflito no Sudão construíram abrigos improvisados em Koufroun, no Chade.

O representante especial do secretário-geral da ONU para o Sudão, Volker Perthes, disse ter conversado com um dos lados, desde os novos combates, e que foi garantida a disposição de avanço das conversas pelo fim da crise no país. 

Falando a jornalistas nesta sexta-feira, de Porto Sudão, o enviado sinalizou a retoma de negociações sobre um cessar-fogo nos próximos dias em meio ao que chama de mudança na postura dos envolvidos com mais inclinação a respeitar qualquer futuro acordo. 

Segundo agências de notícias, houve combates nesta sexta-feira depois da declaração que não previa qualquer compromisso com a paz. O Exército sudanês e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido, RSF, voltaram a confrontar-se com ataques aéreos e tiros de artilharia na capital Cartum, de acordo com os relatos. 

Uma semana de negociações  

Perthes destacou ainda a esperança de negociações sobre um cessar-fogo com início até sábado.  

El Geneina, a capital do Darfur Ocidental, acolhe muitos deslocados internos devido ao conflito interétnico no Sudão, que remonta a 2003.
© IOM/Muse Mohammed

 

El Geneina, a capital do Darfur Ocidental, acolhe muitos deslocados internos devido ao conflito interétnico no Sudão, que remonta a 2003.

O enviado ressaltou que tecnicamente não se deve demorar muito para chegar a um acordo sobre as modalidades. Missão Integrada de Assistência à Transição das Nações Unidas no Sudão 

Ainda nesta sexta-feira, a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, anunciou que cerca de 200 mil pessoas fugiram do Sudão para países vizinhos desde o início dos combates em 15 de abril. 

O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, revelou que um incêndio consumiu uma fábrica que produzia alimentos terapêuticos para crianças que sofrem de desnutrição na capital sudanesa.  

Cerca de 200 mil pessoas fugiram do Sudão  

Pelo menos 14,5 mil caixas foram destruídas, que deveriam ajudar o mesmo número de crianças por um período de seis a oito semanas. A agência aponta o episódio como a mais sombria no conflito colocando em risco a vida de menores. 

A fábrica destruída produzia 60% dos alimentos terapêuticos para tratar crianças desnutridas no Sudão. Em resposta geral à crise de desnutrição, a Unicef enviou 34 mil embalagens de alimentos terapêuticos prontos para uso da França. 

Fonte: ONU News – © UNHCR/Charlotte Hallqvist

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