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Mundo tem recordes históricos de calor na terra e nos mares

O mundo acaba de ter os dias mais quentes já registrados, de acordo com dados preliminares divulgados pela Organização Meteorológica Mundial, OMM. 

O levantamento também aponta o junho mais quente já registrado, com temperaturas sem precedentes na superfície dos oceanos e a menor extensão de gelo já vista no mar da Antártida.

Aumento sem precedentes no Oceano Atlântico

Essas temperaturas recordes na terra e no oceano representam risco de impactos elevados nos ecossistemas e no meio ambiente. 

Segundo o chefe de monitoramento climático da OMM, Omar Badour, o Oceano Atlântico também quebrou recordes de calor. 

Em conversa com jornalistas nesta segunda-feira, ele afirmou que a temperatura na superfície do Atlântico Norte subiu 1,5°C acima da média histórica, um aquecimento considerado “sem precedentes”. 

Badour contou ainda que a semana de 4 a 7 de julho poderia ser considerada a mais quente já registrada. 

O grande rio Usuthu, o maior de Eswatini, está secando
FAO/Believe Nyakudjara

 

O grande rio Usuthu, o maior de Eswatini, está secando

El Niño em evolução

O fenômeno climático El Niño, agora nos estágios iniciais de desenvolvimento, deve aumentar ainda mais o calor, tanto na superfície terrestre quanto nos mares, gerando temperaturas mais extremas e ondas de calor marinhas.

Um relatório do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, colaborador da OMM, mostrou que este junho ficou pouco mais de 0,5°C acima da média de 1991-2020, quebrando o recorde anterior de junho de 2019.

Para chegar a um resultado mais definitivo sobre o estado do clima, a OMM utiliza comparações da temperatura média global diária, a partir de observações combinadas de satélites e simulações de modelos computacionais, reunidas em conjuntos de dados chamados de reanálises. 

De acordo com dados provisórios de reanálise da Agência Meteorológica do Japão, a temperatura média global em 7 de julho foi de 0,3°C acima do recorde anterior registrado em 16 de agosto de 2016, um ano marcado por um forte El Niño.

Consistência entre os dados

As informações japonesas, embora não confirmadas ainda, já são consistentes com dados preliminares de outros órgãos.

Segundo Badour, os números compilados precisam passar por um “rigoroso processo de controle de qualidade”, como faz a OMM para seus relatórios sobre o Estado Global do Clima. 

No entanto, ele afirma que esses registros provisórios fornecem mais uma evidência das mudanças no padrão climático global devido “ao episódio El Niño em evolução”.

A OMM destaca também que o calor é resultado de alterações profundas que estão acontecendo no sistema do planeta como resultado da mudança climática causada pelos seres humanos. 

Fonte: ONU News – Imagem: Unsplash/Rafael Garcin

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