A Colômbia decide neste domingo (19) quem será o novo presidente pelos próximos anos. A votação para a eleição presidencial é disputada entre o candidato de esquerda Gustavo Petro e o populista Rodolfo Hernández.
No primeiro turno, Petro venceu com 40,3% dos votos, 12 pontos percentuais de vantagem sobre o milionário Hernández (28,2%). Já para o segundo turno, as pesquisas mostram um empate técnico entre os dois candidatos.
As seções eleitorais fecham às 16h (18h em Brasília).
Por volta das 8h (10h no horário de Brasília), o presidente Iván Duque, impedido por lei de concorrer à reeleição, depositou seu voto na Praça de Bolívar, em Bogotá.
Quem são os candidatos?
Ex-prefeito de Bogotá, Petro, de 62 anos de idade, representa a maior chance da esquerda chegar ao poder pela primeira vez na Colômbia. Sua candidatura, no entanto, é vista por boa parte do eleitorado com desconfiança e até temor devido a seu passado de guerrilheiro.
Ele defende um novo modelo econômico calcado no social, no meio-ambiente, e que defenda a paridade de gênero. As reformas que propõem não visam diminuir o gasto público ou o tamanho do Estado. Pelo contrário, apontam para um maior gasto com Saúde, Educação e aposentadorias.
Hernández se apresenta como antissistema, defensor do capitalismo e da austeridade. Ele fez sua fortuna construindo e vendendo conjuntos habitacionais para os pobres em sua terra natal Piedecuesta (norte) durante a década de 1970.
No final de 2015, foi eleito prefeito da vizinha Bucaramanga, capital do departamento de Santander, com 600 mil habitantes. Durante a campanha, prometeu milhares de casas gratuitas que nunca foram entregues, mas conquistou adeptos ao derrotar os clãs políticos tradicionais e limpar as finanças públicas da cidade.
O seu discurso de campanha gira em torno do combate à corrupção e da austeridade no Estado, cortando gastos e privilégios como embaixadas, motoristas, assessores e voos com o avião presidencial.
Mulher negra como vice
Independentemente do vencedor, a Colômbia terá pela primeira vez em sua história uma vice-presidente negra, que pode ser a advogada e ambientalista Francia Elena Márquez Mina ou a engenheira Marelen Castillo Torres.
Márquez, de 40 anos, é companheira de chapa de Gustavo Petro, enquanto Castillo, de 53, foi escolhida por Hernández.
Marelen Castillo, que só começou a ser falada na política depois que foi escolhida como companheira de chapa por Hernández, permanece desconhecida para a grande maioria dos colombianos. Toda sua carreira profissional foi focada no mundo universitário.
Já Francia Márquez tem um perfil público mais amplo — há muito tempo está no centro das atenções por seu notável ativismo ambiental, especialmente desde 2015, quando recebeu o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, seguido em 2018 pelo Prêmio Ambiental Goldman, considerado o “Nobel do Meio Ambiente”.
Com informações da AFP, Ansa, RFI e EFE
