A Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), de janeiro até setembro deste ano, somam 231.317 atendimentos nas unidades dos Centros de Referência em Assistência Social (Cras) de Teresina. A capital possui um total de 19 unidades de Cras, que atendem o público em situação de vulnerabilidade social.
Os dados divulgados pelo Registro Mensal de Atendimentos (RMA) apontam um aumento no número de atendimentos, ao longo dos meses: em junho, foram 23.908 atendimentos; julho, 25.234; e agosto, 34.732 atendimentos. Em setembro, foram 32.288, o segundo maior índice de atendimentos do ano. O mês de janeiro foi o que registrou o menor número, com 21.782 atendimentos.
De acordo com Allan Cavalcante, secretário da Semcaspi, o aumento no número de atendimentos tem acontecido devido à crise econômica no país, o que gera mais procura nos benefícios e programas sociais de quem está com alguma vulnerabilidade.
“As unidades de Cras são a porta de entrada dos programas e benefícios sociais, ou seja, é o primeiro local que as famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social devem ir. As equipes dos Cras avaliam os programas e perfis sociais ou benefícios que as pessoas têm direito. É importante que as famílias que estão com alguma situação de vulnerabilidade busque a unidade de Cras mais próximo de sua residência”, explicou.
Para Carol Neves, gerente do Cras Sul IV, os atendimentos estão sendo realizados por meio de agendamentos, na grande maioria, por telefone, e também presencial.
“Nestes últimos meses, tivemos uma grande procura para novos cadastros, de pessoas que não tinham o CaDúnico e estão interessadas em fazer. Também houve procura de atualizações cadastrais e de idosos em busca do Passe Livre, tanto interestadual quanto intermunicipal. Quanto aos benefícios eventuais, o benefício da cesta básica foi o que teve maior procura. É importante ressaltar que os Cras estão equipados e preparados para atender toda esta demanda”, pontuou.
Mateus Rodrigues, gerente do Cras Norte V, fala que a maior busca é pelo benefício de cestas básicas e que durante a pandemia, o atendimento ao público tem sido diário.
“Além da atualização e da criação de novos cadastros, minha equipe percebeu que muitos destes atendimentos são sobre insegurança alimentar, com a necessidade de cestas básicas. Mensalmente, o atendimento nesta unidade não chegava a 100 pessoas. Agora, está mais de 100, chegando a 200 atendimentos”, disse o gerente.
BENEFÍCIOS SOCIAIS
A usuária do Cras, Maria Vitória, 16 anos de idade, estudante e moradora do Bairro Três Andares, zona Sul de Teresina, conta que soube do atendimento do Cras por orientação da sogra.
“Eu não estava enquadrada em nenhum benefício social. Só que este ano, as coisas estão muito difíceis. Eu e o meu marido estamos desempregados, com um filho de oito meses de vida. Estou realizado o meu cadastro no CaDúnico e as orientações para o novo Bolsa Família”, pontuou.
Ana Paula, assistida pelo Cras Norte V, conta que os vizinhos a orientaram sobre o atendimento no Cras. “Procurei o Cras para me inserir no novo Bolsa Família, agora, durante a pandemia. Com este cadastro, fui encaminhada para o PAIF (serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família)”, relatou.
DOIS TURNOS
Segundo Aline Teixeira, secretária executiva do SUAS/Semcaspi, o número de atendimentos nas unidades de Cras irá aumentar ainda mais com o retorno do funcionamento em dois turnos no mês de novembro.
“Devido à pandemia da Covid-19, o funcionamento das unidades dos Cras estava acontecendo apenas no turno da manhã. A partir do mês de novembro, os atendimentos passam a ocorrer em dois turnos, manhã e tarde, no entanto, o agendamento para estes atendimentos seguem acontecendo para que sejam garantidas as medidas de segurança”, esclareceu.
Fonte: Semcaspi