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Bom Jesus – Candidata a prefeita é alvo de investigação por abuso de poder político e econômico

A candidata a prefeita de Bom Jesus pelo PSDB, Cledja Moreno Benvindo, é alvo de Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) por parte da coligação “Bom Jesus Merece o Melhor”, formada pelos partidos MDB, PP e PT. Ela é acusada de abuso de poder político e econômico. Na ação, também são investigados o candidato a vice-prefeito Lucas Fonseca Lustosa e a secretária municipal de Administração, Finanças e Planejamento Kathia Raquel Piauilino Santos.

Segundo a petição inicial, a Prefeitura Municipal de Bom Jesus excedeu, neste ano, a média de gastos com publicidade do primeiro semestre dos três últimos anos que antecederam o pleito.

Os investigados somente poderiam gastar no primeiro semestre de 2020 o valor de R$ 137.832,95 (cento e trinta e sete reais e oitocentos e trinta e dois reais e noventa e cinco centavos) que é a média dos valores liquidados no primeiro semestre de 2017 (R$ 0,00), 2018 (R$ 144.155,42) e 2019 (R$ 269.343,44).

Conforme dados extraídos do portal da transparência, os gastos no primeiro semestre atingiram um total, até o momento, de R$ 525.000,00 (quinhentos e vinte e cinco mil reais), superando a média do primeiro semestre dos três anos anteriores em mais de R$ 387.167,04 (trezentos e oitenta e sete mil e cento e sessenta e sete reais e quatro centavos), incidindo na prática de conduta vedada.

“E nem se alegue que o gasto a maior se deu em razão da pandemia, pois as informações extraídas do site da prefeitura de Bom Jesus – PI demonstram que os principais gastos ocorreram entre janeiro de 2020 e março de 2020, portanto, antes da declaração de pandemia, que ocorreu após dia 23 de março de 2020”, frisa a petição.

A petição inicial aponta que o gasto com publicidade institucional além do limite legal demonstra a existência de abuso em suas modalidades política e econômica, já que se utiliza da força do erário público para influenciar a coletividade com a divulgação em massa de atos institucionais.

A coligação investigante pede a cassação dos registros dos candidatos investigados, beneficiados diretamente pelo abuso de poder político e econômico, e que sejam cassados os diplomas, caso eleitos, e ainda a aplicação da sanção de inelegibilidade por oito anos e multa.

A ação foi ajuizada no dia 29 de setembro e aguarda recebimento pelo juízo da 15ª Zona Eleitoral de Bom Jesus.

A candidata também é investigada pela Polícia Federal

A então vice-prefeita e secretária municipal de Saúde, Cledja Benvindo, também esteve à frente de negociações com a Distrimed, empresa alvo da Operação Caligo, da Polícia Federal.

A empresa é a mesma distribuidora que superfaturou insumos para o combate à Covid-19 na prefeitura do PSDB em Teresina. O Portal da Transparência revela que entre os anos de 2017 e 2020, o município, através de contratos firmados com a Secretaria de Saúde, faturou (ou superfaturou) valor total de R$ 789 mil. Somente em 2020, até o mês de junho, as negociações giraram em torno de R$ 125 mil.

Vale lembrar que ainda no mês de julho deste ano, a PF realizou megaoperação em alguns municípios do Piauí, entre os quais Bom Jesus, onde houve investigação sobre suspeitas de irregularidades na compra de testes rápidos para Covid-19 pela Secretaria de Saúde sob o comando de Cledja Benvindo. Foram cumpridos mandatos de busca e apreensão na sede da prefeitura e na Secretaria de Saúde para apuração de compras irregulares e fraudulentas de testes da Covid-19. Segundo a PF, agentes públicos e empresários utilizaram documentos falsos para fazer uma licitação. (Jogo do Poder/GP1)

Redação

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