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Zelensky deixa Kiev pela 1ª vez e vai a Kharkiv; Rússia ataca ‘arsenal’

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deixou a região de Kiev hoje pela primeira vez desde o início da invasão russa ao território ucraniano. Zelensky visitou a região de Kharkiv, no leste da Ucrânia, um dos locais mais atacados pelas forças russas nos primeiros meses da guerra. Kharkiv é a segunda maior cidade da Ucrânia.

“Vamos restaurar tudo, reconstruir, encher de vida. Em Kharkiv e em todas as outras cidades e vilas onde o mal chegou”, disse Zelensky em mensagem que compartilhou em suas redes, com imagens da visita. “Nesta guerra, os ocupantes estão tentando espremer pelo menos algum resultado para si. Mas eles deveriam ter entendido há muito tempo que defenderemos nossa terra até o fim. Eles não têm chance. Vamos lutar e com certeza vamos vencer.”

O presidente ucraniano também visitou militares que atuam nos combates contra as forças russas.

O Ministério da Defesa da Rússia disse, em seu relatório de hoje, que mísseis de longo alcance “destruíram um grande arsenal das Forças Armadas da Ucrânia” na região de Dnipropetrovsk, no leste ucraniano, principal alvo dos russos nesta etapa da guerra. Ontem, em Merefa, cidade da região de Kharkiv, também no leste, uma área com painéis de energia solar foi atingido por um ataque.

Hoje, a invasão russa ao território ucraniano entrou em seu 95º dia. Apesar dos ataques que tem sofrido, a Ucrânia indicou que tem respondido à ofensiva russa. “Para compensar as perdas, o inimigo reforça o grupo [exército] com armas e equipamentos militares obsoletos, em particular, tanques T-62 e BMP-1.” Na semana passada, comboio com tanques de cerca de 50 anos foram vistos no território ucraniano.

Na Crimeia, região ucraniana que foi anexada pela Rússia em 2014, os russos teriam ordenador que hospitais deixassem de receber civis para que haja leitos para atender militares feridos. A informação não pôde ser verificada com fontes independentes.

Sem limite

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sancionou ontem uma lei que acaba com o limite de idade para servir nas Forças Armadas do país. Os autores do projeto, do partido governamental Rússia Unida, apresentaram a medida como uma forma de recrutar “especialistas altamente qualificados”, cuja idade geralmente gira em torno de 40 a 45 anos de idade.

Até a apresentação da nova lei, o limite de idade para assinar um primeiro contrato com as Forças Armadas da Rússia era de 18 a 40 anos para cidadãos do país, e de 18 a 30 anos para os estrangeiros.

Segundo os deputados russos, há especialistas interessados em participar na campanha militar na Ucrânia, mas até agora não podiam ser chamados porque o limite anterior não o permitia.

 

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

 

Alguns meios de comunicação social da Rússia noticiaram que a nova lei permitirá que os russos possam servir no exército até aos 65 anos. Médicos, engenheiros e especialistas em comunicação também poderão ser recrutados dessa forma.

Especialistas militares ucranianos e ocidentais afirmam que a Rússia vem sofrendo perdas pesadas na guerra da Ucrânia. Kiev diz que os russos acumulam cerca de 30.000 mortos, mas a inteligência militar do governo do Reino Unido estima 15.000 russos mortos desde o início da guerra, em 24 de fevereiro. Para efeito de comparação, a União Soviética, em nove anos de guerra no Afeganistão, perdeu 15.000 militares antes de se retirar do país.

A Rússia se limitou a informar um total de 1.351 mortos num comunicado divulgado no final de março. Moscou evitou divulgar números atualizados depois dessa data.

Os russos também enviaram recrutas para a Ucrânia, após afirmarem inicialmente que não enviariam jovens que cumprem serviço militar para o teatro de operações. Mas em março o Ministério da Defesa da Rússia admitiu que alguns recrutas estavam envolvidos no conflito. Alguns também foram tomados como prisioneiros pelas forças ucranianas.

A Rússia conta atualmente com mais de 400.000 soldados profissionais em suas forças armadas, que no total somam mais de 900.000 homens.

O exército da Ucrânia, por sua vez, é menor —tem cerca de 200.000 soldados ativos e 900.000 reservistas, embora esses números venham aumentando através da mobilização em massa desde que a Rússia lançou sua guerra de agressão contra o país.

UOL, com DW, EFE e AFP

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