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Unaids pede acesso à prevenção do HIV, tratamento e cuidados em prisões

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, Unaids, está pedindo mais ação em todo o mundo para ajudar populações carcerárias que vivem com o vírus da Aids. 

A Agência da ONU afirma que muitos sistemas prisionais têm dificuldade para lidar com a superlotação de prisões, recursos escassos e acesso limitado a serviços de saúde e de apoio, além de violência e uso de drogas. 

Aumento de pressão 

Em 2021, os números estimados de detidos aumentaram em 24% em comparação ao ano anterior para cerca de 10,8 milhões de pessoas elevando a pressão sobre sistemas carcerários que já estão sobrecarregados. 

O uso de drogas em presídios é prevalente. O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, estima que em alguns países até 50% dos presos usam ou injetam drogas.  

A insegurança dessas práticas é um dos maiores riscos para a transmissão do HIV e da hepatite C por causa do acesso limitado que atrapalha os serviços incluindo preservativos, seringas e agulhas limpas e um tratamento abrangente com medicamentos. 

As pessoas nas prisões têm 7,2 vezes mais chance de viver com o HIV que os adultos na população em geral.  

Direito humano fundamental 

O Unaids diz que a prevalência entre os prisioneiros aumentou em 13% desde 2017 alcançando 4,3% em 2021. Embora os dados sejam limitados, estima-se que uma em cada quatro pessoas em toda a população carcerária viva com hepatite C. 

O diretor regional do Unaids para Ásia Pacífico, Europa do Leste e Ásia Central afirma que o acesso aos cuidados de saúde incluindo serviços de redução de danos, é um direito humano fundamental. 

Eamonn Murphy diz que as prisões são muito frequentemente ignoradas em ações dos países para responder ao HIV. Uma abordagem multisetorial e facetada é preciso para salvar vidas, que incluem acesso a seringas e agulhas limpas assim como a medicamentos efetivos incluindo com opioides e à redução do estigma e da discriminação. 

Conhecendo o status de HIV 

Dentre os países que reportaram a situação de suas prisões para o Unaids em 2019, apenas seis de 104 tinham programas de agulhas e seringas em pelo menos uma prisão. Somente 20 de 103 continham programas de tratamento de substituição de opioide em pelo menos uma prisão. Já 37 de 99 nações notificaram a disposição de preservativos e lubrificantes em alguns presídios. 

Algumas nações tiveram progressos nos últimos anos. Apesar de desafios e do influxo de refugiados e de repercussões da guerra na Ucrânia, a Moldávia se comprometeu com mais recursos no sistema carcerário. 

O Unaids estabeleceu metas ambiciosas para 2025 que incluem 95% das pessoas nos presídios e em outros ambientes de confinamento para que elas possam conhecer seu status de HIV, 95% das pessoas que sabem de sua condição de soropositiva estão em tratamento. 

Fonte: ONU NEWS – Foto: Binuh

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