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Ucrânia: violência cresce e ONU afirma que proteção de civis deve ser prioridade

A subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, afirmou que a violência na Ucrânia segue escalando: ataques com mísseis e drones quase triplicaram no mês passado. 

Em sessão do Conselho de Segurança, nesta sexta-feira, ela ressaltou que as perspectivas de paz seguem vagas, além de demonstrar preocupação com impacto da intensificação dos confrontos sobre os civis. 

Rompimento de barragem

DiCarlo lembrou que ataques a civis e infraestrutura civil são proibidos pelo direito internacional. DiCarlo lembrou que ataques a civis e infraestrutura civil são proibidos pelo direito internacional. 

Ela citou a destruição da barragem de Kakhovka no início deste mês. 

A subsecretária-geral da ONU aponta que, mesmo com as incertezas sobre a origem do desastre, as consequências são inúmeras. 

Pelo menos 80 comunidades, ao longo do rio Dnipro, foram inundadas com milhares de pessoas diretamente afetadas e dezenas mortas.

Cerca de 700 mil pessoas tiveram o acesso à água comprometido após a destruição do reservatório, considerado uma das principais fontes de água potável da Europa.

Assistência humanitária

A ONU e parceiros humanitários vêm prestando assistência à região desde os primeiros dias. No entanto, o governo da Rússia ainda não concedeu acesso às áreas atingidas e sob o controle de tropas russas.

A subsecretária-geral reiterou seu apelo para que as autoridades da Rússia ajam “de acordo com as obrigações previstas no Direito Internacional Humanitário e garantam acesso seguro e desimpedido às zonas afetadas”.

DiCarlo enfatizou que a ONU está decepcionada com o ritmo lento de implementação da Iniciativa de Grãos do Mar Negro. 

Segundo ela, as exportações de alimentos pelo corredor humanitário marítimo caíram de um pico de 4,2 milhões de toneladas, em outubro do ano passado, para 1,3 milhão de toneladas em maio deste ano, o menor desde o início da iniciativa.

Edifícios em ruínas em Kharkov.
Maxim Rosenfeld

Exportações russas

A subsecretária-geral da ONU pede que todos os obstáculos sejam removidos e que este acordo seja estendido. A iniciativa deve ser renovada até dia 17 de julho.

Ela adiciona que as Nações Unidas estão comprometidas em apoiar a implementação do Memorando de Entendimento sobre as exportações russas de alimentos e fertilizantes.

DiCarlo enfatizou que mesmo antes do início da guerra, a ONU alertou para as consequências regionais de um conflito em grande escala na Ucrânia.

Ela explicou que o anúncio de envio de armas nucleares russas para Belarus e a retórica construída aumentaram ainda mais as tensões regionais. 

A subsecretária-geral pediu as partes que se comportem de forma responsável, de acordo com as obrigações internacionais. 

DiCarlo concluiu que “qualquer ameaça de uso de armas nucleares é inaceitável”.

Vítimas civis

Até o momento, o Escritório da ONU para os Direitos Humanos registrou 24 mil vítimas civis, sendo mais de 9 mil mortes, incluindo 530 crianças, e 15 mil feridos, sendo mais de 1 mil crianças.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, verificou mais de 1 mil ataques aos serviços de saúde com pelo menos 100 mortes e 139 feridos. 

Destes, 898 incidentes afetaram unidades de saúde e 273 afetaram suprimentos de saúde. A maioria dos ataques envolveu o uso de armas pesadas. 

A Unesco informou que, desde o início do conflito, 260 patrimônios culturais foram danificados, incluindo 112 locais religiosos, 22 museus e 94 edifícios históricos.

Fonte: ONU News – Foto: © UNICEF/Michal Korta

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