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Ucrânia: Conflito completa 18 meses em meio à escalada de ataques e vítimas

Nesta quinta-feira, o Conselho de Segurança debateu a situação da Ucrânia. A data marca um ano e meio do início da guerra e o 32º aniversário da independência do país.

A subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, destacou aos membros que o crescente números de vítimas e ataques, sobretudo após a saída da Rússia da Iniciativa do Mar Negro. Ela realçou que não há fim à vista para o conflito.

Vítimas da guerra

Dados do Escritório da ONU de Direitos Humanos apontam que pelo menos 9,4 mil civis, incluindo 545 crianças, foram mortos, e quase 17 mil ficaram feridos. 

Lembrando que os números reais são provavelmente maiores, DiCarlo alertou que algumas estimativas colocam o número total de mortos, civis e militares, dos dois lados, em meio milhão.

A subsecretária-geral listou os ataques que vem impactando na liberdade de navegação no Mar Negro. 

DiCarlo afirma que bombardeios realizados pelas forças russas danificaram grãos e infraestrutura de exportação nos portos ucranianos, tanto no Mar Negro quanto no rio Danúbio. 

Ela alerta que a violência coloca em perigo a exportação de produtos alimentares que são necessários em todo o mundo. O mais recente, nesta quarta-feira, atingiu a região de Odessa e destruiu 13 mil toneladas de grãos.

Consequências dos ataques

DiCarlo reforçou outros alertas sobre as consequências globais dos ataques contra instalações de cereais. Ela enfatizou que os impactos podem reverter o progresso feito na segurança alimentar durante o ano passado.

Segundo a subsecretária-geral, os resultados podem ser catastróficos para os 345 milhões de pessoas que já sofrem insegurança alimentar aguda em todo o mundo.

Ela adicionou que a ONU continua a reforçar a importância das exportações de alimentos e fertilizantes da Rússia e da Ucrânia para a segurança alimentar global e defender a retomada da Iniciativa do Mar Negro.

Ataques contra civis 

Rosemary DiCarlo também mencionou os últimos ataques em áreas populosas, que deixaram civis mortos e feridos, além de pessoas que estavam atuando nos resgates.

Ela ressalta que os bombardeiros são uma violação do direito humanitário internacionais, além de serem inaceitáveis e condenáveis. 

A subsecretária-geral da ONU citou ainda os diversos ataques  a locais do patrimônio histórico e cultural do país. 

Mulher ucraniana com seu cachorro parada em frente a uma casa danificada
Pnud/Oleksandr Ratushniak – Mulher ucraniana com seu cachorro parada em frente a uma casa danificada

Desde o início da guerra, a Unesco verificou danos a 284 locais culturais, incluindo 120 locais religiosos.

Segundo DiCarlo, o impacto da guerra nas mulheres foi arrasador. Elas representam a maioria dos 6,2 milhões de ucranianos que deixaram o país por conta da violência.

Ainda assim, de acordo com a subsecretária-geral, as mulheres ucranianas vêm liderando as organizações da sociedade civil que atuam na resposta humanitária.

Os dados apresentando por DiCarlo apontam que os casos de violência sexual no conflito podem ser considerados crimes de guerra. Foram 173 ocorrências verificadas.

Ajuda humanitária

Ela ressalta as violações dos direitos humanos conta as crianças, com escolas e hospitais sendo alvos, além das alegações de menores sendo levados para a Rússia. 

Segundo DiCarlo, a ONU ainda não teve a passagem necessária para verificar os relatos.

A falta de acesso a áreas controladas pelas forças russas também são um impedimento para as equipes de auxílio. Em diversas áreas de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia,  foi restrita a presença de trabalhadores humanitários.

DiCarlo destacou que o plano de resposta humanitária recebeu 44% do solicitado. A chefe dos Assuntos Políticos agradeceu os doadores por US$ 1,7 bilhão recebido, mas lembrou que com a chegada do inverno, as contribuições seguem urgentes.

Fonte: ONU News – Imagem: © UNICEF/Aleksey Filippov

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