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TPI emite mandado de prisão contra Vladimir Putin por alegados crimes de guerra na Ucrânia

A Câmara de Pré-Julgamento do Tribunal Penal Internacional, TPI, emitiu esta sexta-feira um mandado de prisão contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin. 

O documento menciona supostos crimes de guerra relacionados à deportação e “transferência ilegal” de crianças da região ocupada da Ucrânia. 

Existência dos mandados 

De acordo com o presidente do TPI, Piotr Hofmański, o conteúdo dos mandados é secreto para proteger as vítimas. No entanto, informou que os juízes “decidiram tornar pública a existência dos mandados, no interesse da justiça e para prevenir crimes futuros.” 

A Câmara de Pré-Julgamento II do TPI também emitiu um mandado de prisão para a comissária dos Direitos da Criança da Rússia, Maria Alekseyevna Lvova-Belova.  

A ordem sustenta que cada um deles é “supostamente responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal” de crianças de territórios ocupados na Ucrânia para a Rússia. 

Motivos razoáveis  

O tribunal apoiado pela ONU destaca que os delitos foram supostamente cometidos no território ucraniano ocupado pelo menos a partir de 24 de fevereiro de 2022. 

O comunicado aponta haver “motivos razoáveis” para acreditar que Putin e Lvova-Belova têm responsabilidade criminal individual. 

O tribunal diz ter encontrado bases razoáveis de que o líder russo é responsável por cometer os atos de forma direta, com os outros ou por meio de outros. 

Outra acusação cita a “falha em exercer controle adequado sobre subordinados civis e militares que cometeram os atos ou permitiram sua comissão, e que estivessem sob sua efetiva autoridade e controle, em virtude de responsabilidade superior”. 

Centenas de crianças  

As alegações estão de acordo com o Estatuto de Roma, que criou o órgão em 1998. Nem a Rússia nem a Ucrânia fazem parte do estatuto. 

O promotor-chefe do TPI, Karim Khan, disse que os responsáveis pelos supostos crimes devem prestar contas e as crianças devolvidas às suas famílias e comunidades. 

Ele disse que na sequência da invasão houve centenas de menores ucranianos levados de orfanatos para a Rússia. O procurador-chefe destaca alegações de que muitas dessas crianças já “foram dadas para adoção” na Rússia. 

Fonte: ONU News/Foto: ONU/Rick Bajornas

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