O Plano de Gestão da Prefeitura Municipal de Teresina tem como um dos objetivos principais a atração de grandes investimentos para a região. Nessa área, o plano dá destaque à criação do Polo de Serviços na área de Call Center, no qual as empresas geram milhares de empregos diretos, sendo a grande maioria de jovens que conseguiram a experiência do primeiro emprego.
No entanto, o que se tem observado ao longo dos anos é que, ao mesmo tempo em que há muitos novos postos de trabalho nas empresas desse ramo, também há o desligamento em massa. Ainda assim, o maior gerador de empregos é o Call Center e acabou por se transformar na única fonte de empego em Teresina, principalmente dos jovens, uma vez que esse público, em sua maioria, não possui qualificação, não possui experiência e tampouco outras oportunidades de emprego. O que resta a eles é o cargo de operador de telemarketing, que em sua maioria possui baixos salários e altas jornadas de trabalho.
Com tão pouco sendo feito na área de geração de emprego e renda e atração de novos investimentos, o resultado não poderia ser outro: em 2019, Teresina ficou em último lugar na criação de novos postos de trabalho, com mais demissões do que admissões. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram 56.707 admissões e 60.145 desligamentos.
Esse saldo negativo se alastrou no início de 2020, com a chegada da pandemia do novo coronavírus. Em apenas dois meses, Teresina fechou mais postos de trabalho do que todo o Piauí. Os dados consolidados do Caged mostram que foram fechados mais de 5 mil postos de trabalho com carteira assinada apenas nos meses de março e abril deste ano, o maior percentual. Pelo levantamento, abril foi o mês que registrou o maior saldo negativo em Teresina com 4.223 vagas fechadas. Em março, a taxa foi de 847 demissões.
O acumulado – janeiro a abril 2020 – foi de 20.755 desligamentos, enquanto as admissões foram de 16.166 pessoas. Os setores que mais demitiram foram a indústria, construção civil, comércio e transportes. Teresina é responsável por quase 90% dos desligamentos de empregos no estado.
O questionamento que fica é: como e por que o prefeito Firmino Filho, formado em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco, com mestrado na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, e com uma vasta experiência política, deixou a cidade que gere chegar a esse ponto?
Redação Jogo do Poder