A Coordenação Especial de Projetos da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEMDUH), recebeu, de janeiro até outubro deste ano, 416 processos de drenagem para análise. Desses, 82,6% já foram deferidos, 2,4% foram indeferidos e 15% apresentam pendências a serem solucionadas pelo requerente para que seja concluída a análise.
“Antes de 2021, o ano que mais recebemos processos para análise foi 2018, quando recebemos 298 processos, ao todo. Agora, somente até outubro, já temos um crescimento de 40%. Isso significa que houve um aquecimento na Construção Civil após o período de restrições impostas pela pandemia”, explica o coordenador de Projetos da SEMDUH, Weldon Bandeira.
O relatório mostra que somente até 2021, com os empreendimentos aprovados pela Secretaria, foi possível reter mais de 42 mil metros cúbicos de água. Para efeito de comparação, isso corresponde ao volume de 17 piscinas olímpicas.
“Toda essa água seria jogada diretamente nas vias, causando alagamentos nas ruas e avenidas. Ou seja, com esses projetos de drenagem, os empreendimentos deixaram de contribuir com os alagamentos. Daí a importância do Plano Diretor de Drenagem”, enfatiza o coordenador.
O Plano Diretor de Drenagem funciona hoje como um filtro para grandes projetos e empreendimentos. De acordo com esse plano, construções acima de 500m² de área impermeável precisam ter um sistema de retenção da água da chuva. “Essa medida ameniza os problemas já existentes na capital e assegura que novos empreendimentos não causem mais transtornos na drenagem urbana”, acrescenta.
O secretário da SEMDUH, Edmilson Ferreira, esclarece que, até 2015, antes da sanção da lei que regulamenta a drenagem em Teresina, não havia a preocupação em conter a água da chuva, por isso era comum drenar essa água pelo sistema viário natural. “Mas quem mora nas regiões mais baixas da cidade se prejudicava. O Conjunto Torquato Neto foi construído antes da lei que regulamenta essa drenagem. Com a nova legislação, esse projeto não teria sido construído da forma que está hoje”, pontua.
Segundo o coordenador Weldon Bandeira, o Plano Diretor de Drenagem mapeou áreas em Teresina onde há, notadamente, problemas de drenagem. Atualmente, a cidade tem oito grandes projetos de drenagem que já estão prontos, mas precisam de um grande volume de recursos para serem executados.
“Cada projeto custa em torno de R$ 1,2 milhão só para ser elaborado. Nesses projetos, são detalhadas grandes bacias hidrográficas e detectados os pontos onde há necessidade de drenagem. No Torquato Neto e no Bairro São Pedro, por exemplo, precisamos de R$ 80 milhões para cada obra. A Galeria da Zona Leste precisa de R$ 60 milhões, temos ainda a necessidade de uma galeria no Manoel Evangelista e no Bairro Comprida, zona sudeste, outra no Satélite que vai até o Zoobotânico e outra no ‘Riacho Mandacaru’, que começa no Parque de Exposição e deságua no Rio Poti. A Prefeitura está buscando recursos para executá-los”, finaliza o coordenador.
Fonte: Semduh