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Semana Africana do Clima encerra com novos compromissos para a ação

Celebrada pela primeira vez, a Semana Africana do Clima destacou até esta sexta-feira a posição do continente como catalisador emergente do combate às alterações climáticas.

Um dos marcos do período foi a adoção na Declaração de Nairóbi, no Quênia, que entre vários pontos, enfatiza a inquietação dos líderes africanos pelo ritmo da ação contra as mudanças climáticas.

Cimeira Africana sobre Clima

O documento aprovado na Cimeira Africana sobre Clima solicita a formação de um quadro de implementação e um roteiro da União Africana sobre o tema. 

O evento que passará a ser realizado a cada dois anos defendeu uma nova arquitetura de financiamento para responder as necessidades da África, incluindo a estruturação e o alívio da dívida. 

Falando à ONU News, de Nairóbi, o diretor da Rede Global para Serviços Climáticos da Organização Meteorológica Mundial, Filipe Lúcio, destacou que a semana reforçou a parceria na atuação com o continente.

“Durante a cimeira foram feitas promessas de financiamento aos países africanos na ordem de US$ 23 biliões em resposta a necessidade de financiamento, foi um dos principais pontos. Na ocasião, a Organização Meteorológica Mundial lançou o plano de ação do continente africano para implementação da iniciativa, o Sistema de Aviso Prévio para Todos até 2027. A Organização Meteorológica Mundial também conferiu no encerramento da cimeira, o título de campeão africano para iniciativa “Serviço de aviso prévio para todos”, ao presidente William Ruto, do Quênia.”

Experiência em relação as mudanças climáticas

O desempenho de Moçambique teve ênfase no encontro ao ser citado no discurso do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pela experiência em relação as mudanças climáticas. 

Guterres mencionou dentre outros casos, o fato de que Moçambique obter quase a totalidade da sua energia de fontes verdes e sustentáveis.

O ativista ambiental moçambicano Bruno Gomes citou a necessidade de se repensar no modelo de desenvolvimento, econômico-social africano e o efeito na ação pelo clima.

“Não faz sentido hoje em dia apostarmos cada vez mais em energias fósseis, mas sim o momento de repensar no modelo de desenvolvimento, econômico africano, porque senão isto significaria perpetuar o ciclo da pilhagem de recursos no nosso continente. Já não podemos encarar África como um continente extrativista. É importante perceber que as grandes indústrias presentes em Moçambique e na África no geral em boa verdade não exploram recursos naturais, exploram a crise climática em seu benefício.”

Visão do continente 

A Declaração de Nairóbi foi adotada como base numa posição comum de África no processo global de alterações climáticas até a 28ª Conferência de Mudanças Climáticas da ONU, COP28. 

As futuras edições da Cimeira do Clima em África passarão a abordar a visão do continente, considerando questões emergentes do clima e do desenvolvimento global.

De Maputo para ONU News, Ouri Pota – Imagem: Unicef/DE WET

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