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Rússia incentiva cidadãos a denunciar quem se posiciona contra a guerra

A Rússia está incentivando moradores a denunciar vizinhos e conhecidos que se manifestem contra a guerra na Ucrânia. As informações foram divulgadas pela ONG OVD-Info, que monitora as violações aos direitos humanos na Rússia.

O presidente Vladimir Putin já declarou que a Rússia passaria por uma “autolimpeza natural e necessária” durante a invasão à Ucrânia. O Kremlin considera que russos contrários a “operação militar especial” são traidores e sabotadores.

Segundo a ONG OVD-Info, o Partido Rússia Justa chegou a criar um site para recolher informações sobre atividades suspeitas contra o governo, que incluem a exibição de símbolos antiguerra. Um morador de Kaliningrado relata que começou a receber mensagens de texto do Serviço de Emergência do Estado pedindo que denunciasse pessoas que espalham “informações falsas sobre as atividades militares na Ucrânia”.

No dia 22 de março, a polícia abordou um morador de Moscou, denunciado pelo vizinho da frente, que pendurou luzes nas cores azul e amarelo na janela de seu apartamento.

No mesmo dia, Nina Zolotukhina foi presa após opinar sobre a guerra numa boate em Moscou. Ela foi denunciada e ficou detida por 48 horas, acusada de usar linguagem inapropriada.

O nome de Elena Unuchakova também foi levado aos agentes policiais após ela pendurar fitas com as cores da bandeira ucraniana em seu jardim.

Há duas semanas, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que muitas pessoas na Rússia estavam se mostrando “traidores” e apontou para aqueles que estavam se demitindo de seus empregos e deixando o país.

A Rússia diz que quer desmilitarizar a Ucrânia e afastar o Ocidente dos ucranianos. Para encerrar a ofensiva, a Rússia exige que a Ucrânia desista dos planos de ingressar na Otan e declare neutralidade. O presidente Volodymyr Zelensky sinalizou que pode ceder ao proposto pela Rússia.

Câmara da Rússia aprova lei para prender quem divulga fake news do Exército

Deputados da Rússia aprovaram em 4 de março um projeto de lei que prevê até 15 anos de prisão para quem divulgar fake news sobre ações das Forças Armadas. Não está claro o que a lei define como notícias falsas.

Segundo o governo russo, o projeto de lei “protege os interesses da Federação Russa e seus cidadãos, mantendo a paz e a segurança”. O projeto foi aprovado por unanimidade.

O governo Vladimir Putin proíbe o uso do termo “guerra” para se referir ao conflito com a Ucrânia. Na Rússia, a invasão é tratada como “operação especial”. Manifestantes que saem às ruas para protestar são presos.

Em 8 de março, a agência de inteligência dos Estados Unidos estimou que entre 13 mil e 14 mil cidadãos russos foram presos por protestar contra a guerra.

Fonte: UOL

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