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Rússia fecha cerco a Kiev e explosões são ouvidas; Mariupol está bloqueada

Os subúrbios de Kiev, capital da Ucrânia, foram bombardeados durante a madrugada de hoje. Em meio aos ataques, sirenes de emergência soaram por um longo período em várias regiões próximas à cidade e também em outros municípios, como Lviv, Cherasky e Kharkiv. A informação foi relatada pela emissora americana CNN. O assessor da presidência ucraniana, Mikhailo Podolyak, afirmou que a capital “está sitiada”.

Uma base aérea Vasylkiv, a cerca de 30 quilômetros de Kiev, foi destruída por mísseis, onde um depósito de gasolina pegou fogo, segundo o prefeito da cidade.

Imagens de satélites revelaram que comboios russos foram reposicionados em florestas e áreas arborizadas em Lubyanka, de acordo com imagens tiradas pela Maxar Technologies, empresa de tecnologia espacial com sede em Westminster, no Colorado, nos Estados Unidos.

Em Lviv, a cidade do oeste até então considerada relativamente segura, o alarme durou duas horas, maior período desde o início da guerra, em 24 de fevereiro. A região foi despertada pelas sirenes por volta das 5h30 da manhã, no horário local (0h30, no horário de Brasília).

Novas explosões também foram ouvidas nas cidades de Nikolaev, no sul, Dnipro e Kropyvnytskyi, no centro do país, segundo relatos divulgados pela BBC Ucrânia, citando autoridades locais.

Os corpos de cinco pessoas, incluindo duas crianças, foram recuperados pelos serviços de emergência nos escombros de um edifício residencial na vila ucraniana de Slobozhanske, nos arredores de Kharkiv, após um bombardeio russo.

Neste sábado, as autoridades ucranianas acusaram a Rússia de ataques em Mykolaiv, onde um hospital para tratamento de câncer e alguns edifícios residenciais foram danificados. Até o momento, não há registro de vítimas.

Segundo a imprensa internacional, citando os governadores das duas regiões de Kiev e Donetsk, militares russos continuam a atacar áreas onde a Ucrânia está tentando evacuar civis e levar ajuda através de corredores humanitários.

O governador de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, disse à mídia local que “a carga humanitária está se movendo em direção a Mariupol, informaremos como ela procede. A situação é complicada, há bombardeios constantes”.

Após doze dias de ataque, grande parte das atenções está voltada para Mariupol, no Mar de Azov, cujos habitantes estão incomunicáveis, sem água, gás ou eletricidade e até brigam para conseguir comida. É uma situação “quase desesperadora”, alertou o Médicos Sem Fronteiras.

Os ocupantes russos também anunciaram aos funcionários da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, que a usina não pertence mais à Ucrânia e que a partir de agora terá que operar sob o controle de Moscou e em conformidade com as regras da Rosatom, empresa estatal russa de energia atômica.

A informação foi divulgada pelo Kyiv Independent, citando o chefe da Energoaton, empresa nuclear ucraniana. Até o momento, Moscou já enviou 11 engenheiros ao local.

A situação na Ucrânia foi debatida em um novo telefonema entre o chanceler alemão, Olaf Scholz, e os presidentes francês, Emmanuel Macron, e russo, Vladimir Putin, revelaram fontes do Palácio do Eliseu. Eles “exigiram à Rússia um cessar-fogo imediato”.

Anteriormente, Macron alertou para mais “sanções maciças” se Moscou intensificar os bombardeios ou atacar Kiev, sem descartar a proibição das importações de hidrocarbonetos da Rússia, das quais o mercado energético europeu depende.

Já o governo americano informou que “os Estados Unidos continuam preocupados com as ações imprudentes da Rússia e as violações dos princípios de segurança nuclear”, disse a ministra americana de Energia dos EUA, Jennifer Granholm.

Ela reforçou que o fato de Moscou violar os princípios de segurança “é inaceitável e os ataques que põem em perigo a segurança na Ucrânia têm de parar”.

Corredores Humanitários

Hoje, vários corredores humanitários em cidades e vilarejos ucranianos, incluindo o porto de Mariupol, devem ser abertos para que os civis possam sair, disse a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, acrescentando que espera que a Rússia cumpra o cessar-fogo para permitir que isso aconteça.

Segundo Iryna, a Ucrânia planeja evacuar moradores de várias cidades e vilarejos nas regiões de Kiev e Sumy e de algumas outras áreas onde há combate.

“Espero que o dia corra bem, que todas as rotas planejadas estejam abertas e que a Rússia cumpra suas obrigações de garantir o cessar-fogo”, disse Iryna.

*Com informações da AFP e Ansa

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