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Relatores da ONU condenam ataque violento a jornalista russa e advogado

Um grupo de seis relatoras de direitos humanos* instou à Rússia a investigar um ataque violento a uma jornalista do veículo Novaya Gazeta. Yelena Milashina e o advogado de direitos humanos, Alexander Nemov, foram brutalmente espancados pouco depois de chegarem à Chechênia, em 4 de julho.

A repórter investigativa premiada foi a Grozni, capital  da área do sul da Rússia, para cobrir o julgamento de uma mulher, Zarema Musaeva. Os filhos dela, que são ativistas, criticam o presidente da Chechênia, Ramzan Kadyrov. 

Equipe de defesa

Em sua rede social, em janeiro deste ano, o líder checheno disse que a família toda estava “à espera de um lugar na prisão ou debaixo da terra.”

Em comunicado, as relatoras de direitos humanos da ONU se disseram horrorizadas com o ataque e exigiram que os responsáveis pelo crime, ou quem deu a ordem para o atentado, sejam levados à justiça.

Segundo elas, o espancamento da jornalista e do advogado prova, mais uma vez, o que elas chamaram de desdém da Rússia pelos direitos humanos.

As vítimas foram espancadas por pessoas mascaradas. Alexander Nemov integra a equipe de defesa de Zarema Musaeva.

A jornalista Yelena Milashina escreve há anos sobre abusos de direitos humanos na Chechênia. Por causa de ameaças de morte e do líder da Chechênia, tê-la chamado publicamente de “terrorista”, ela teve que fugir da Rússia em fevereiro passado.

A jornalista se espelhou no trabalho de duas outras mulheres também assassinadas por causa da profissão. Anna Politkovskaya, que serviu na Novaya Gazeta, e a ativista chechena Natalia Estemirova. 

Após o ataque de 4 de julho, a jornalista e o advogado foram hospitalizados em Grozni com ferimentos sérios. Milashina chegou a ficar inconsciente por causa dos ferimentos na cabeça. Ela teve os dedos de ambas as mãos quebrados e o corpo ficou coberto de hematomas.

Os criminosos rasparam a cabeça da jornalista e cobriram o corpo com uma substância verde e brilhante, o que é uma forma de humilhar as mulheres na região do Cáucaso Norte.

*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.

Fonte: ONU News – Foto: US State Department/Public Domai

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