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Putin supervisiona manobras de forças nucleares russas

Deutsche Welle – O presidente russo, Vladimir Putin, supervisionou remotamente nesta quarta-feira (26/10) os exercícios militares das forças nucleares estratégicas da Rússia, que incluíram a simulação de um contra-ataque nuclear.

A demonstração de força por parte de Moscou, que envolveu o lançamento de múltiplos mísseis balísticos e de cruzeiro, ocorre em meio a temores de que a Rússia possa usar armas nucleares na guerra na Ucrânia, após o Kremlin denunciar supostos planos de Kiev de explodir uma “bomba suja”.

O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, relatou a Putin – que assistia aos exercícios por videoconferência – que o objetivo das manobras era simular um “ataque nuclear maciço” em retaliação a uma investida com armas atômicas contra a Rússia.

As manobras seguiram o alerta de Putin sobre sua disposição de usar “todos os meios disponíveis” para retaliar ataques ao território russo, em uma clara referência aos arsenais nucleares do país.

Os exercícios militares desta quarta-feira, batizados de Grom (“Trovão”, em russo), incluíram o lançamento de mísseis balísticos intercontinentais da Península de Kamchatka, no extremo leste russo, e outro a partir das águas do Mar de Barents, no Ártico. Bombardeiros de longo alcance Tu-95 também dispararam mísseis de cruzeiro.

Em nota, o Kremlin informou que todas as tarefas estabelecidas para o treinamento foram cumpridas e que todos os mísseis atingiram seus alvos. Tais manobras têm ocorrido anualmente para treinar as forças nucleares do país e demonstrar sua prontidão. Um exercício desse tipo foi realizado poucos dias antes de Putin invadir a Ucrânia.

“Bomba suja”

Moscou renovou os alertas de que a Ucrânia estaria pronta para lançar uma “bomba suja”, uma arma capaz de espalhar radiação em um território amplo, em uma ataque para jogar a culpa na Rússia.

Putin repetiu a acusação nesta quarta-feira. “Sabemos dos planos de usar a chamada ‘bomba suja’ para provocações”, afirmou. O Ocidente rejeita as alegações russas, e o governo ucraniano suspeita que os próprios russos estejam planejando utilizar o artefato numa operação para atribuir a autoria do ataque a Kiev.

Os Estados Unidos afirmaram na terça-feira que a Rússia informou com antecedência a realização dos exercícios militares. O Pentágono e Departamento de Estado dos EUA disseram que o Kremlin cumpre com os termos de um acordo sobre armas nucleares que prevê a notificação prévia de testes desse tipo.

DW Brasil – rc (AP, Reuters)

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