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No Piauí, cerca de 96% da população reside em domicílios do tipo “casa”

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na sexta-feira (23/02), os resultados do Censo Demográfico 2022 relativos às características dos domicílios brasileiros, principalmente no que toca à questão do saneamento básico, como o acesso ao abastecimento de água, esgotamento sanitário, e ao tratamento do lixo, com uma abordagem que contempla ainda o acesso àqueles serviços considerando a idade e a cor ou raça da população. Esses dados serão de grande importância para que todas as instâncias de governo, Federal, dos estados e dos municípios, possam ter um retrato das condições atuais de vida nos domicílios brasileiros, permitindo traçar políticas públicas que venham a trazer efetivas melhorias para a população.

O Censo Demográfico 2022 apontou que o Piauí é o estado com o maior percentual de pessoas residindo em domicílios do tipo “casa”, para cerca de 95,6% dos moradores, o equivalente a 3.119.453 pessoas. No último Censo Demográfico, realizado no ano de 2010, o percentual de moradores residindo em “casa” no estado era de 96,94%, cerca de 1,34 ponto percentual maior que o observado em 2022. No Brasil, a média de moradores residindo em “casa” em 2022 chegou a 84,8%, aproximadamente 10,8 pontos percentuais a menos que a média registrada no Piauí. As unidades da federação com os menores percentuais de moradores residindo em casa foram: Rio de Janeiro, com 73,69%, e o Distrito Federal, com 66,42%.

No Piauí, o tipo de domicílio com a segunda maior proporção de moradores é o “apartamento”, para cerca de 3,69% da população, o que equivalente a 120.307 pessoas. Em 2022, a proporção de moradores em apartamento no Piauí foi a terceira menor do país, só ficando acima da proporção de moradores residindo nos estados do Maranhão (3,08%) e Tocantins (2,53%). Merece destaque o fato da proporção de pessoas residindo em apartamento no Piauí ter dobrado em 2022 em relação ao registrado no Censo Demográfico de 2010, quando cerca de 1,82% da população residia em apartamentos, o equivalente a 56.628 pessoas. No Brasil, em 2022, cerca de 12,5% da população residia em apartamentos, aproximadamente 3,5 vezes o percentual de residentes no Piauí. Dentre as unidades da federação, as que apresentaram maior proporção de moradores em apartamento foram: Distrito Federal (28,72%), Rio de Janeiro (19,98%) e Santa Catarina (18,48%).

Em 2022, o município de Teresina foi o que apresentou a maior proporção de moradores residindo em apartamento no estado, com cerca de 11,78% da população, bem como apresentou a menor proporção de moradores residindo em casa, cerca de 86,41% da população. O Censo Demográfico realizado no ano de 2010 havia apontado que Teresina tinha cerca de 6,17% da população residindo em apartamentos, o que significa que essa proporção quase dobrou de acordo com o Censo Demográfico realizado em 2022. Na sequência de Teresina, os municípios do Piauí que apresentaram maior proporção de moradores em apartamento foram: Picos, com 7,69%; Paulistana, com 3,37%; e Parnaíba, com 2,74%.

Além dos moradores residindo em casa e apartamento no Piauí, o Censo Demográfico 2022 registrou outros tipos de domicílio, onde a terceira maior proporção de moradores foi aquela que residia em domicílio do tipo “casa de vila ou em condomínio”, com 0,65% do total da população do estado, seguido dos moradores em “habitação em casa de cômodos ou cortiço”, com 0,06% da população, e a do tipo “estrutura residencial permanente degradada ou inacabada”, com 0,01% dos moradores.

Cerca de 77% da população piauiense tem acesso à água pela rede geral de abastecimento

Em 2022, a principal fonte de abastecimento de água da população do Piauí foi a rede geral de distribuição, que atendia 76,91% dos moradores, o equivalente a 2,5 milhões de pessoas. Na sequência das principais fontes de abastecimento temos: poço profundo ou artesiano (14,64%); carro-pipa (3,12%); poço raso, freático ou cacimba (2,08%); água da chuva armazenada (1,54%); outra forma de abastecimento (0,96%); rios, açudes, córregos, lagos e igarapés (0,55%); fonte, nascente ou mina (0,2%).

O indicador do Piauí de acesso à rede geral como principal fonte de abastecimento de água (76,91%) foi o 18º. maior do país em 2022. Os maiores indicadores de fornecimento de água pela rede geral ficaram com os estados de São Paulo (95,60%), Distrito Federal (92,8%) e Paraná (88,72%). Por sua vez, os menores indicadores ficaram com os estados do Amapá (43,69%) e de Rondônia (45,30%).

Apesar de expressarem diferentes níveis de qualidade e segurança, o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) considera como adequadas, para fins de monitoramento do Plano, quatro formas de abastecimento de água, que são: a rede geral de distribuição; poço profundo ou artesiano; poço raso, freático ou cacimba; e fonte, nascente ou mina. Em conjunto, essas quatro formas de abastecimento de água atendiam no Brasil cerca de 96,9% da população em 2022. No Piauí, essas formas de abastecimento atendiam aproximadamente 93,83% da população.

No Piauí, o município com o maior indicador tendo a rede geral como principal fonte de abastecimento de água foi São Luís do Piauí, com 98,96% da população atendida, seguido do município de Lagoinha do Piauí, com 97,96%. Teresina, cidade mais populosa do estado, registrou 94,17%, o 13º. maior indicador do estado.

Cerca de 102 mil piauienses (3,12%) têm no carro-pipa a principal fonte de abastecimento de água

O Censo Demográfico 2022 pesquisou as principais fontes de abastecimento de água da população brasileira e, no Piauí, registrou que cerca de 3,12% da população do estado, o equivalente a 101.793 pessoas, tinham no carro-pipa sua principal fonte de abastecimento de água, o quinto maior indicador do país. No Brasil essa proporção chega a 1,05% da população, o que equivale dizer que cerca de 2,1 milhões de brasileiros têm no carro-pipa sua principal fonte de abastecimento de água. Os estados da região Nordeste detêm os maiores indicadores do país: Pernambuco (8,1%), Paraíba (6,6%), Alagoas (4,17%), Rio Grande do Norte (3,54%), Piauí (3,12%) e Bahia (2,15%).

Dentre os 10 municípios brasileiros com a maior proporção da população tendo como principal fonte de abastecimento de água o carro-pipa, 3 deles são do Piauí: Marcolândia, com 91,30% da população, e o 3º. maior indicador do Brasil; Betânia do Piauí, com 85,17%, e o 6º. maior indicador do Brasil; e Caldeirão Grande do Piauí, com 76,81%, e o 8º. maior indicador do Brasil. Os municípios brasileiros com os maiores indicadores são: Algodão de Jandaíra (PB), com 93,34%, e Sossego (PB), com 91,48%.

Merece destaque também a proporção da população que tem como principal fonte de abastecimento de água o armazenamento da chuva. No Piauí, em 2022, cerca de 1,54% da população do estado, o equivalente a

50.144 pessoas, dependia do armazenamento de água da chuva para sua sobrevivência. No Brasil, esse indicador chegava a 0,6% da população do país. Dentre as unidades da federação, o Piauí detinha o sexto maior indicador, ficando atrás dos seguintes estados: Paraíba (4,32%), Alagoas (2,86%), Pernambuco (2,27%), Bahia (2,25%), e Amazonas (1,85%).

Dentre os 10 municípios brasileiros com maior predomínio do armazenamento de água de chuva como principal fonte de abastecimento, dois deles são do Piauí: o município de Bonfim do Piauí, para cerca de 58,75% da população, com o quarto maior indicador do país; e o município de São Braz do Piauí, para cerca de 52,98% da população, com o sexto maior indicador do país.

Cresce o acesso à água canalizada nos domicílios piauienses

O Censo Demográfico 2022 apontou que para cerca de 2,9 milhões de piauienses, representando 89,43% da população, a água chegava “encanada até dentro da casa, apartamento ou habitação” – para essa parcela da população, a água chegava diretamente em torneiras, chuveiros, vasos sanitários etc. localizados dentro da habitação. Para 5,97% da população, a água chegava “encanada, mas apenas no terreno”. Para outros 4,60%, a água não chegava encanada – ou seja, a água precisava ser transportada em baldes, galões, veículos ou outros recipientes para uso pelos moradores .

Merece ser destacado o crescimento do acesso à água encanada até dentro dos domicílios no Piauí, que saltou de 74,47% dos moradores, registrado no ano de 2010, para 89,43% em 2022, elevação de 14,96 pontos percentuais no período. Consequentemente, a proporção de moradores que careciam de encanamento para levar água para as dependências de seus domicílios caiu de 17,43%, em 2010, para 4,60%, em 2022.

No Brasil, em 2022, o acesso à água encanada dentro do domicílio atendia cerca de 95,14% dos moradores do país, percentual superior à média do Piauí que foi de 89,43%. Contudo, a média do Piauí foi superior à observada para a Região Nordeste, que foi de 88,75%.

Apesar do grande aumento de moradores com acesso a banheiro no domicílio nos últimos 12 anos, o Piauí ainda detém a maior proporção de moradores do país que não tem banheiro em suas residências

 O Censo Demográfico apontou que em 2022 cerca de 94,97% dos domicílios do Piauí possuía banheiro, sanitário ou buraco para dejeções no domicílio. Apesar desse indicador, cerca de 5% da população do estado não possuía banheiro ou sanitário no domicílio, o maior indicador do país, afetando a vida de cerca de 164 mil piauienses. Na sequência do Piauí, os estados que mais registraram ausência de banheiro no domicílio foram: Acre (3,82%), Maranhão (3,80%), e Roraima (3,72%). Para o Brasil, esse indicador era de 0,59%, praticamente um décimo do registrado pelo estado do Piauí, afetando a vida de cerca de 1,2 milhão de brasileiros.
 Merece ser destacada a grande redução no indicador de não acesso a banheiro no Piauí, já que em 2010 esse indicador chegou a 21% dos habitantes do estado, atingindo cerca de 652 mil pessoas e agora em 2022 atingiu 5% da população, uma queda de 16 pontos percentuais, que traduziu-se no aumento de 488 mil moradores no estado que passaram a ter acesso a melhores condições sanitárias, com a existência de banheiro na sua residência.
 Dentre os municípios piauienses, Várzea Branca destacou-se com o maior indicador de moradores sem acesso a banheiro, sanitário ou buraco para dejeções no domicílio, onde cerca de 37,62% de seus moradores enfrentavam essa situação. Na sequência vinham os municípios de Nossa Senhora dos Remédios, com 35,75%; e Campo Largo do Piauí, com 33,48%. Os menores indicadores de ausência de banheiro no domicílio no Piauí ficaram com os municípios de: Teresina (0,35%); Hugo Napoleão (0,29%); Belém do Piauí (0,20%); Ipiranga do Piauí (0,18%); e Dom Expedito Lopes (0,02%).
 Algumas unidades da federação chegaram praticamente à universalização do acesso ao banheiro ou sanitário nos domicílios, como o Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro, onde 99,99% dos moradores têm acesso. Os estados com os menores indicadores são: Maranhão (96,20%), Acre (96,18%) e o Piauí (94,97%). No Piauí, esse indicador era o somatório dos domicílios que tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio (92,18%), agregado àqueles que possuíam banheiro de uso comum a mais de um domicílio (0,94%) e também àqueles que possuíam sanitário ou buraco para dejeções, inclusive os localizados no terreno (1,85%).

 No Piauí, o município com maior indicador de acesso da população a banheiro ou sanitário nos domicílios foi Dom Expedito Lopes, para 99,98% de seus moradores. Na sequência vinham Ipiranga do Piauí (99,82%), Belém do Piauí (99,80%), Hugo Napoleão (99,71%) e Teresina (99,65%).

Esgotamento sanitário por rede geral quase triplica o número de pessoas atendidas nos últimos 12 anos, mas  está disponível a cerca de 18% da população piauiense

Em 2010, no Piauí, o esgotamento sanitário dos domicílios por rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede atendia a cerca de 6,65% da população do estado, o equivalente a 206 mil pessoas, e, em 2022, passou a atender a cerca de 18,26%, o equivalente a 595 mil pessoas, crescimento de 174% na proporção de pessoas atendidas no período de 12 anos. Outras formas de esgotamento sanitário dos domicílios registradas no Piauí foram: Fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede geral, que atendia a cerca de 28,21% dos moradores; Fossa rudimentar ou buraco, com 43,98%; Vala, com 1,91%; Rio, lago, córrego ou mar, com 0,43%; outra forma, com 2,19%; e domicílios não tinham banheiro nem sanitário, com 5,03%.

É interessante ressaltar que, além do esgotamento sanitário dos domicílios por rede geral, pluvial ou fossa séptica ligada à rede, no Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) considera-se também como adequado o esgotamento sanitário por “fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede geral”. Assim, no Piauí, o conjunto da população atendida por esgotamento sanitário considerado adequado, tanto pela rede geral como por fossa séptica, atingiu em 2022 cerca de 46,47% da população. No Brasil, esse indicador chegou a 75,7%.

Merece destaque o crescimento da proporção de moradores de Teresina com acesso a esgotamento sanitário nos domicílios nos últimos 12 anos. No Censo Demográfico realizado em 2010, a proporção de moradores de Teresina com a acesso a esgotamento sanitário era de cerca de 17,90% dos moradores, o equivalente a 145 mil pessoas. No Censo Demográfico realizado em 2022 o indicador saltou para 39%, o equivalente a cerca de 336 mil moradores atendidos com esgotamento sanitário, crescimento de 117% entre aqueles anos.

Em 2010, no Brasil, o esgotamento sanitário por rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede atendia a 52,82% da população e, em 2022, saltou para 62,51%, um crescimento de 18% na proporção de pessoas atendidas naquele período. Em 2022, entre as unidades da federação, os maiores indicadores de esgotamento sanitário por rede geral foram os de: São Paulo (90,77%), Distrito Federal (84,72%) e Rio de Janeiro (83,78%). Por sua vez, os menores indicadores foram do: Amapá (10,95%), Rondônia (13,29%), Maranhão (16,54%) e Piauí (18,26%).

Serviço de coleta de lixo atende 73% da população piauiense, segundo menor indicador do país

Em 2022, o Censo Demográfico apurou que 70% do lixo domiciliar do Piauí era coletado diretamente nas residências por serviço de limpeza e, ainda indiretamente, em 3% dos domicílios que depositavam o lixo em caçamba de serviço de limpeza, totalizando 73% de atendimento à população. Em 2010, o atendimento da coleta de lixo no Piauí chegava a 60,15% da população, evidenciando uma melhoria no atendimento em 2022, com um incremento de 12,85 pontos percentuais no período.

O Censo Demográfico levantou ainda que a população do Piauí dava outros destinos ao lixo domiciliar, onde destacam-se: o lixo era queimado na propriedade, para 24% dos moradores; jogado em terreno baldio, encosta ou área pública, para 1,52%; enterrado na propriedade, para 0,40%; e outro destino, para 0,39%.

Mesmo com essa melhoria no serviço de coleta de lixo, em 2022 o Piauí figurava no cenário nacional com o segundo menor indicador do país, só superando o Maranhão, com 69,83%. No Brasil esse indicador de coleta de lixo atingia 90,9%. Dentre as unidades da federação, os maiores indicadores ficaram com: São Paulo (98,99%), Distrito Federal (98,84%) e Rio de Janeiro (97,96%).

No Piauí, Água Branca foi o município que apresentou o maior indicador de disponibilidade de serviço de coleta de lixo para os moradores, atingindo cerca de 97,4% de sua população. Na sequência vinham os municípios de: Picos (96,27%), Teresina (95,91%) e Dom Expedito Lopes (95,66%). Os municípios do Piauí com os menores indicadores de serviço de coleta de lixo foram: Pau D’Arco do Piauí (22,88%) e Cabeceiras do Piauí (22,36%).

Fonte: IBGE

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