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Mudança climática força transformações na agenda de trabalhadores humanitários

A mudança climática está forçando a comunidade humanitária a inovar e se adaptar na forma como lida com a assistência em todo o globo.

Na reunião do Conselho Econômico e Social da ONU, Ecosoc, encerrada nesta sexta-feira, em Genebra, o diretor-geral da Organização Internacional para Migrações, afirmou que a agência segue apoiando autoridades locais e nacionais a fazerem um melhor uso dos dados sobre clima e se preparar para deslocamentos internos e outras emergências. 

Eficiência e parceiros 

António Vitorino acredita que essas informações facilitarão a forma como os trabalhadores humanitários e os governos coordenam a resposta a eventos climáticos que forçam as pessoas a deixar suas casas. As alterações climáticas causam estragos no Sudão, majoritariamente rural.

UNEP/Lisa Murray

As alterações climáticas causam estragos no Sudão, majoritariamente rural.

O debate ocorreu no Segmento Humanitário do Ecosoc, em Genebra, que reúne legisladores e representantes dos países-membros da ONU, além de chefes de agências da organização e parceiros do trabalho humanitário.  

A plataforma, conhecida na sigla em inglês como Ecosoc HAS, tem sido o espaço para discussões sobre fortalecimento da eficiência da assistência humanitária desde 1998. 

Com o aumento da frequência de desastres naturais repentinos, a resposta nacional e internacional, quando solicitada, tende a ficar prejudicada, principalmente com a chegada tardia de fundos e recursos financeiros. 

Seca e ciclones 

Pessoas fogem de suas casas quando o ciclone Freddy atinge a cidade de Blantyre, no Malawi.

Pessoas fogem de suas casas quando o ciclone Freddy atinge a cidade de Blantyre, no Malawi.

© Unicef – Pessoas fogem de suas casas quando o ciclone Freddy atinge a cidade de Blantyre, no Malawi.

Naquele mesmo ano, a seca obrigou 764 mil pessoas na Somália, no Afeganistão e outros países a fugirem de suas casas. Em 2019, o ciclone Idai desalojou 73 mil mulheres, homens e crianças em Moçambique. 

Um dos exemplos citados no Segmento Humanitário do Ecosoc foi o da Somália. Apesar de se saber que a onda de deslocados internos pela seca seria grande, a resposta do financiamento foi lenta e não pôde atender, de forma eficiente, às áreas afetadas. 

Este ano, eventos paralelos e de alto nível sobre desastres e deslocamentos, relacionados à mudança climática, foram copatrocinados pela União Europeia, agências da ONU e pelas organizações da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. 

Fonte destaque: ONU News – © Unicef/Juan Haro

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