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Luta contra a tuberculose ganha novo impulso na Assembleia Geral da ONU

A Assembleia Geral da ONU realiza nesta sexta-feira a segunda Reunião de Alto Nível sobre a Luta Contra a Tuberculose. O objetivo é revisar avanços feitos nos últimos cinco anos e aprovar uma declaração política focada em ações concretas. 

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, Tedros Ghebreyesus participou da abertura do evento lembrando que a doença é tão antiga quanto a humanidade e já teve diversos nomes, como “peste branca” e “mal do rei”. Apenas há 100 anos atrás passou a se chamar tuberculose. 

Metas perdidas e novas ferramentas

Ele afirmou que, somente em 2021, a enfermidade matou mais de 1 milhão de pessoas. 

Segundo Tedros, “a maioria das vítimas é pobre, marginalizada ou desnutrida.” Além disso, os custos associados ao tratamento criam dificuldades financeiras ou aprofundam a pobreza.

Ele ressaltou que na última reunião de alto nível sobre o tema, realizada há cinco anos, foram traçadas metas que não foram alcançadas. Como exemplo, citou que 34 milhões de pessoas foram colocadas em tratamento, um número inferior à meta de 40 milhões acordada em 2018.

Em relação a tratamento preventivo, apenas metade da meta de 30 milhões de pessoas foi atingida. Já o objetivo de dobrar o financiamento global para a doença e atingir U$ 30 bilhões, sofreu retrocessos. 

Tedros afirmou que “agora temos novas e poderosas ferramentas que não tínhamos cinco anos antes, como diagnósticos rápidos que realizam o teste em menos de duas horas e regimes de tratamentos efetivos, inclusive para tuberculose multirresistente.” No entanto, ele afirmou que ainda é necessária uma nova vacina.

Brasil cria comissão parlamentar

O deputado brasileiro Antônio Brito participa do evento, com uma fala no painel sobre financiamento sustentável. Em conversa com a ONU News, ele comentou medidas de implementação das metas globais sendo lideradas pelo Congresso

“No Brasil temos 80 mil novos casos de tuberculose por ano e 5 mil mortes. Então é muito importante que o Parlamento brasileiro esteja atuando. Nós criamos a Frente Parlamentar na Luta Contra a Tuberculose e a partir do convite da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, nós criamos uma comissão externa, formada por 10 parlamentares que terá o período de três meses para discutir a parte orçamentária na luta contra a tuberculose, os recursos necessários para o programa de combate à tuberculose. Essa eu acho que é a meta, buscar os recursos, buscar o programa, diagnóstico, tratamento, vacina e medicamento.” 

Brito ressaltou que o papel da Comissão Externa será discutir todas as metas para erradicação da tuberculose como problema de saúde pública até 2030.

Segundo o parlamentar, a experiência será um exemplo para outros países, pois atuará para quantificar os custos da luta contra a doença, criar metas e definir responsabilidades entre governos, sociedade civil e parceiros. 

Visão única

Ele afirmou que “acabar a tuberculose é a marca dos governos que queiram acabar com problemas ligados à pobreza, à Aids, à população em situação de rua e à população indígena.” 

Brito mencionou diálogos com países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, e do Cone Sul para que outros Parlamentos “se engajem no mesmo propósito e criem uma visão única de como combater esta doença.”

O diretor-geral da OMS lembrou que que nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, ODS, as nações do mundo se comprometeram a acabar com a epidemia global de tuberculose até 2030. 

No sua intervenção, Tedros pediu que os ativistas presentes na sala mantenham a energia para cobrar ações de implementação e citou o slogan “nós podemos acabar com a tuberculose”.

Fonte: ONU News – Imagem: © ILO/Vijay Kuty

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