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Grupo Wagner sofreu 30 mil baixas na Ucrânia, dizem EUA

Deutsche Welle – Os Estados Unidos estimam que o Grupo Wagner – uma organização paramilitar privada com fortes ligações com o Kremlin – sofreu mais de 30 mil baixas, entre mortos e feridos, desde o início da guerra na Ucrânia, segundo informou nesta sexta-feira (17/02) a Casa Branca. Os mercenários estão lutando ao lado da Rússia no conflito.

Os EUA avaliam que cerca de 9.000 mercenários do grupo morreram no conflito. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, indicou que metade das mortes ocorreu desde meados de dezembro do ano passado, com a intensificação da batalha em Bakhmut, na região do Donbass, no leste da Ucrânia.

“Estão usando seus recrutas, a maioria deles condenados, como bucha de canhão, estão literalmente jogando-os em um moedor de carne”, declarou. Kirby acrescentou que, com base nas informações de inteligência dos EUA, acredita-se que 90% das baixas do Wagner em dezembro seriam de condenados alistados na organização.

O grupo recruta integrantes em prisões russas para lutar na guerra na Ucrânia com a promessa de comutação da pena. De acordo com Kirby, a maioria das vítimas são ex-presidiários que foram enviados para o combate sem receber treinamento.

Os EUA impuseram sanções contra esse grupo russo de mercenários por seu envolvimento na guerra na Ucrânia e o designaram como uma “organização criminosa transnacional”, o que abre a possibilidade de continuar sancionando economicamente tanto a organização como seus aliados em todo o mundo.

Em janeiro, os EUA estimaram que o grupo teria cerca de 50 mil mercenários na Ucrânia, dos quais 10 mil seriam contratados e 40 mil ex-presidiários, e asseguraram que o Wagner continua recrutando guerrilheiros em prisões russas, apesar de o fundador do grupo, Yevgeny Prigozhin, dizer que essa prática não está sendo mais adotada.

Como surgiu o Grupo Wagner?

O Grupo Wagner está sob os holofotes por seu papel na guerra na Ucrânia.

O grupo foi fundado em 2014 e uma de suas primeiras missões conhecidas foi na península ucraniana da Crimeia, naquele mesmo ano, quando mercenários com uniformes sem identificação ajudaram forças separatistas apoiadas pela Rússia a tomar a região.

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, Moscou inicialmente usou os mercenários para reforçar as forças da linha de frente, mas, desde então, passou a contar cada vez mais com eles em batalhas críticas, como nas cidades de Bakhmut e Soledar.

A empresa paralimitar, seu dono e a maioria dos seus comandantes foram alvo de sanções dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia (UE).

Quem integra o Grupo Wagner?

A companhia militar privada Wagner já existia muito antes do início da guerra na Ucrânia e era composta por alguns milhares de mercenários.

Acreditava-se que a maioria deles eram ex-soldados de elite altamente treinados. Mas quando as perdas da Rússia durante a guerra na Ucrânia começaram a aumentar, o proprietário da empresa, o oligarca Yevgeny Prigozhin, ligado ao Kremlin, começou a expandir o grupo, recrutando prisioneiros e civis russos, assim como estrangeiros.

Em um vídeo que circula na internet desde setembro de 2022, Prigozhin é visto no pátio de uma prisão russa se dirigindo a uma multidão de condenados e prometendo que, se eles servissem na Ucrânia por seis meses, suas sentenças seriam comutadas.

Apesar de sua crescente presença na guerra, a eficiência do Grupo Wagner não é clara, com analistas sugerindo que o grupo sofre um grande número de baixas sem fazer avanços significativos.

Fonte: DW – cn (Reuters, Efe, Lusa, ots)/Foto: REUTERS

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