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Fórum de Financiamento para o Desenvolvimento mira aceleração dos ODS

A ONU acolhe, até quinta-feira, o Fórum sobre Financiamento para o Desenvolvimento. Neste ano, o evento com representantes internacionais aborda a urgência em lidar com questões financeiras ameaçando o progresso sustentável. 

O crescimento global deve cair 1,9% em 2023, ao contrário da estimativa de 3% divulgada ano passado. Por isso, a plataforma quer mobilizar recursos para lidar com as divisões e estimular o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS. 

Economias em desenvolvimento  

O secretário-geral, António Guterres, abriu a reunião ressaltando sua proposta ao grupo das maiores economias globais, G20, do estímulo de pelo menos US$ 500 bilhões por ano para que economias em desenvolvimento atinjam as metas globais. 

Guterres prioriza a meta de aumentar a liquidez para os investimentos nas transformações necessárias para alcançar os ODS em setores como energia renovável, sistemas alimentares sustentáveis e a quarta revolução industrial. 

Em segundo lugar, o alvo é enfrentar o alto custo da dívida e os riscos crescentes de superendividamento. Nesse sentido, ele pediu o alívio da dívida com débitos de curto prazo por instrumentos de mais longa duração taxas de juros mais baixas e incentivos a credores privados para participação na reestruturação de dívidas. 

Em terceiro lugar, o líder da ONU citou a alocação de US$ 650 bilhões em Direitos Especiais de Saque anunciada pelo Fundo Monetário Internacional. Desse valor, as economias desenvolvidas “receberam 26 vezes mais do que os países menos desenvolvidos e 13 vezes mais do que todos os países da África juntos”. 

Estímulo ODS  

Guterres pediu apoio ao Estímulo ODS para que seja feita a diferença imediata para economias em desenvolvimento rumo à Agenda 2030. Para avançar nesse sentido, ele assinalou o fórum sobre Financiamento para o Desenvolvimento e o Fórum Político de Alto Nível como plataformas importantes. 

Já o presidente da Assembleia Geral pediu esforços urgentes envolvendo credores públicos e privados, internacionais e governos. A meta é encontrar soluções para os antigos problemas estruturais da dívida. 

Csaba Korosi apontou falhas do sistema internacional de desenvolvimento, tais como injustiça na arquitetura financeira internacional e alocação desequilibrada de recursos orientada à transformação para o desenvolvimento sustentável. 

Ele disse ainda que os impactos do financiamento de projetos ainda não são mensurados como deveriam.  A partir de erros do passado, o presidente da Assembleia Geral sugere maior eficiência dos gastos e diminuição de gastos. 

Modelo de negócios dos bancos multilaterais 

Para Korosi, os países devem se alinhar os marcos políticos globais para promoverem um novo modelo de financiamento para o desenvolvimento sustentável. 

No evento, a presidente Comissão da ONU para os Assuntos Econômicos e Sociais, Ecosoc, Lachezara Stoeva, destacou a busca de medidas urgentes imediatas, e de longo prazo, para financiar respostas às atuais crises sobrepostas. 

Outra finalidade é aumentar os investimentos nos ODS e discutir a cooperação para o desenvolvimento, a reforma da arquitetura financeira internacional e o modelo de negócios dos bancos multilaterais. 

Lachezara Stoeva apontou fatores adversos como guerra na Ucrânia, emergência climática, aumento da inflação e crise do custo de vida como causas de expansão do abismo financeiro entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. 

Número de pessoas enfrentando insegurança alimentar 

A situação tem “impedido de forma severa o progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que estão no meio do caminho”. 

Com o conflito russo-ucraniano, quase três décadas de progresso na redução da pobreza foram revertidas e o número de pessoas enfrentando insegurança alimentar aguda mais do que dobrou em comparação com os níveis pré-pandêmicos. 

Lachezara Stoeva chamou a situação atual de encruzilhada que exige uma ação rápida para que as atuais divisões de financiamento não se tornem separações de desenvolvimento sustentável.   

Fonte: ONU News – Foto: © Pnud/Diego Rotmistrovksy

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