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Em Dia Mundial contra Malária, OMS ressalta proteção de pessoas marginalizadas

A Organização Mundial da Saúde, OMS, celebra nesta terça-feira o Dia Mundial de Combate à Malária. Este ano, o tema é: “Hora de acabar com a malária: investir, inovar, implementar”.  

A OMS ressalta o pilar de implementação, destacando a importância crítica de alcançar as populações marginalizadas com ferramentas e estratégias que estão disponíveis hoje. 

Avanço da doença 

De acordo com as estimativas da agência, em 2021 foram registradas 619 mil mortes causadas pela doença. No mesmo ano, 274 milhões de casos de malária foram confirmados, sendo 95% dos casos na região africana. 

A ONU News ouviu o professor de Química, Luiz Carlos Dias, da Universidade de Campinas, em São Paulo, sobre os esforços de combate à doença. 

“Do nosso consórcio aqui na América Latina, nós temos um objetivo bastante ousado que é o de entregar candidatos pré-clínicos de alta qualidade que possam prosseguir em estudos, mais avançados, até se tornarem tratamentos eficazes, acessíveis, seguros, baratos e com baixa toxicidade mesmo para grupos mais sensíveis como crianças e gestantes. A malária impõe um desafio adicional: encontrar um medicamento seguro e eficaz de dose única que possa atuar na redução da transmissão da doença e pavimentar o caminho para sua eliminação evitando que o parasita, causador da doença, possa adquirir resistência.” 

O Relatório Mundial sobre a Malária de 2022 mostrou que a lacuna de financiamento entre o valor investido na resposta global à doença e os recursos necessários aumentou, principalmente nos últimos três anos.  

Enquanto seriam necessários US$ 7,3 bilhões para controlar a enfermidade o valor investido é de US$ 3,5 bilhões. Com pouco recurso, a OMS recomenda que as populações mais vulneráveis sejam priorizadas. 

A meta da agência é reduzir os casos e a taxa de mortalidade em 90% até 2030. 

Inovação 

Apesar dos recentes contratempos no controle da malária, a OMS diz que os investimentos em pesquisa e desenvolvimento tiveram um papel crucial na redução da carga global da malária desde os anos 2000. 

Testes de diagnóstico rápido, mosquiteiros tratados com inseticida e tratamentos combinadas à base de artemisinina, medicamento de rápida ação contra a doença, têm sido fundamentais na resposta à malária. 

Segundo a OMS, o investimento contínuo no desenvolvimento e implantação de ferramentas avançadas serão fundamentais para atingir as metas globais até 2030. 

Mais ferramentas no combate e tratamento 

A agência da ONU revela que existem diversos produtos sendo pesquisados para uso no controle do mosquito vetor. Caso essas ferramentas sejam eficazes, a OMS desenvolverá novas recomendações de políticas ou alterará as existentes para apoiar sua implantação em países afetados pela malária. 

Além disso, várias vacinas contra a malária estão sendo desenvolvidas. A agência explica que muitas visam o parasita da malária antes que ele entre no fígado, onde pode se multiplicar rapidamente.  

Outros imunizantes querem interromper a transmissão do parasita da malária ou proteger as mulheres durante a gravidez. 

Implementação das recomendações da OMS 

A OMS quer encorajar países mais afetados pela malária a implementar as ferramentas e estratégias recomendadas que estão disponíveis.  

De acordo com o último Relatório Mundial sobre a Malária, houve avanço na expansão do acesso aos serviços contra a doença para os grupos de maior risco.  

No entanto, muitas pessoas com mais chances de contrair malária ainda não dispõem dos recursos de prevenção, detecção a tratamento. 

Os desafios na expansão do acesso aos serviços de malária foram agravados, particularmente na África Subsaariana, pela pandemia de Covid-19, crises humanitárias, falta de financiamento, sistemas de vigilância fracos e declínios na eficácia das principais ferramentas de combate à doença. 

Para enfrentar essas ameaças e apoiar os países na construção de programas de malária mais resilientes, a OMS publicou recentemente novas orientações, estratégias e estruturas.  

Fonte: ONU News/Foto: © UNICEF/Mark Naftalin

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