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Chris Hipkins é o novo primeiro-ministro da Nova Zelândia

Deutsche Welle – Chris Hipkins foi formalmente empossado nesta quarta-feira (25/01) como novo primeiro-ministro da Nova Zelândia, após o anúncio inesperado de renúncia de sua antecessora, Jacinda Ardern, na semana passada.

“Este é o maior privilégio e responsabilidade da minha vida”, disse Hipkins na cerimônia. “Estou energizado e animado com os desafios que temos pela frente.”

Hipkins tem 44 anos e é o 41º primeiro-ministro da Nova Zelândia. Ele prometeu uma gestão focada na economia e no que descreveu como a “pandemia de inflação”.

“Espero que os neozelandeses me conheçam como alguém que é direto, não se importa em admitir quando cometeu um erro e pode rir de si mesmo”, disse a repórteres depois de ser cogitado para o cargo na semana passada.

Sua primeira reunião de gabinete foi programada para ocorrer ainda nesta quarta-feira.

Hipkins terá menos de nove meses de governo antes das eleições gerais, em 14 de outubro, e sondagens colocam o seu Partido Trabalhista atrás dos conservadores. 

O novo premiê foi ministro da Educação, da Polícia e do Serviço Público durante o mandato de Ardern e ganhou destaque público durante a pandemia, quando assumiu funções de gestor da crise à frente das pastas da Saúde e da Resposta à Covid-19. Ele foi eleito deputado pela primeira vez em 2008.

No domingo, o Partido Trabalhista da Nova Zelândia já havia confirmado Hipkins como sucessor de Adern no comando da legenda e, portanto, como o próximo primeiro-ministro.

O político trabalhista nomeou Carmel Sepuloni, de 46 anos – até então ministra do Desenvolvimento Social e Artes e Cultura – como vice-primeira-ministra. Ela se torna a primeira pessoa com descendência de ilhas do Pacífico (Samoa e Tonga) a ocupar o cargo na Nova Zelândia.

Saída de Ardern

Na terça-feira da semana passada, Ardern apareceu em público pela última vez como primeira-ministra e disse que o que mais vai lhe vai deixar saudade são as pessoas, “a alegria do cargo”. 

A popular primeira-ministra surpreendeu a todos na última quinta-feira ao anunciar sua renúncia, alegando não ter “mais energia” para continuar, depois de anos marcados pela crise em consequência da pandemia e dos atuais desafios econômicos.

A carismática política conseguiu revalidar seu mandato com maioria esmagadora em outubro de 2020 e que o Partido Trabalhista governasse sozinho, algo que nenhuma legenda neozelandesa havia conseguido desde a reforma eleitoral de 1996.

Em seu mandato, foi elogiada pela forma como lidou com o pior massacre armado da história do país e com os estágios iniciais da pandemia do coronavírus, mas vinha enfrentado crescentes pressões políticas internas e um nível de críticas de parte da oposição que não havia sido experimentado por líderes anteriores da Nova Zelândia.

Ardern, de 42 anos, disse que reservou um tempo para considerar seu futuro durante as férias de verão. “Eu estaria prestando um péssimo serviço à Nova Zelândia se continuasse”, disse ela nesta quinta-feira.

“Eu sou humana. Damos o máximo que podemos pelo tempo que podemos e então é hora. E para mim, chegou a hora. Estou saindo porque com um trabalho tão privilegiado vem uma grande responsabilidade. A responsabilidade de saber quando você é a pessoa certa para liderar – e também quando não é”, disse.

Inspiração para mulheres

Ardern tornou-se uma inspiração para as mulheres depois de conquistar o cargo em 2017, aos 37 anos. Ela parecia anunciar uma nova geração de lideranças – era quase uma millennial, tinha emplacado algumas músicas como DJ em meio-período e não era casada como a maioria dos políticos.

Ela conseguiu vitórias de centro-esquerda enquanto o populismo de direita estava em ascensão em todo o mundo: aprovou um projeto de lei que visava zerar as emissões líquidas de carbono até 2050, a proibição de armas de assalto como rifles e manteve o coronavírus fora da Nova Zelândia por 18 meses.

Em 2018, a Ardern tornou-se a segunda líder mundial a dar à luz enquanto ocupava um cargo. No mesmo ano, levou sua filha bebê para o salão da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Em março de 2019, Ardern enfrentou um dos dias mais difíceis da história da Nova Zelândia, quando um atirador supremacista branco invadiu duas mesquitas em Christchurch e massacrou 51 fiéis durante as orações de sexta-feira.

Após o ataque nas mesquitas, ela conseguiu aprovar rapidamente novas leis proibindo os tipos mais letais de armas semi-automáticas, e um esquema posterior de recompra recolheu mais de 50 mil armas, incluindo fuzis, que foram destruídos.

Ela disse que seguirá como deputada até as eleições gerais de 2023. A agora ex-primeira-ministra disse que não tinha planos imediatos após deixar o cargo, a não ser compromissos familiares com sua filha, Neve, e com seu noivo, Clarke Gayford, após um surto de covid-19 ter frustrado seu plano de casamento.

WD Brasil – le/lf (AP, EFE, Lusa, ots)/Foto: Marty Melville/AFP/Getty Images

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