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China acelera vacinação após flexibilizar restrições contra Covid-19

China busca vacinar as pessoas mais vulneráveis a Covid-19 nesta quinta-feira (15), antecipando-se a possibilidade de novas ondas de infecções, com alguns analistas prevendo que o número de mortos suba depois que o país afrouxou os rígidos controles que manteve por três anos.

A pressão pela imunização ocorre enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) também levanta preocupações de que a população de 1,4 bilhão de pessoas da China não tenha sido vacinada adequadamente e os Estados Unidos oferecem ajuda para lidar com o aumento nas infecções.

Na semana passada, Pequim começou a afrouxar os rígidos controles da política de Covid zero, eliminando alguns requisitos de teste e diminuindo as regras de quarentena que causaram estresse mental para dezenas de milhões e abalaram a segunda maior economia do mundo.

O afastamento da política de Covid zero incentivada pelo presidente Xi Jinping ocorreu após protestos generalizados e sem precedentes contra ela. Mas, o diretor de emergências da OMS, Mike Ryan, disse que as infecções estavam disparando na China bem antes da decisão do governo de eliminar gradualmente seu regime rigoroso.

“Há uma narrativa no momento de que a China suspendeu as restrições e, de repente, a doença está fora de controle”, disse Ryan em Genebra. “A doença estava se espalhando intensamente porque acredito que as medidas de controle em si não estavam impedindo.”

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, afirmou nesta quinta-feira que a China tem “vantagens institucionais” para combater a Covid.

“Certamente seremos capazes de superar o pico da epidemia”, disse ele em uma coletiva de imprensa regular em resposta à afirmação do porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, de que os EUA estão prontos para ajudar se a China solicitar.

Há sinais crescentes de caos durante a mudança de rumo da China – com longas filas do lado de fora das clínicas, corridas por remédios e compras de pessoas em pânico em todo o país.

Um vídeo postado nas redes na quarta-feira (14) mostrou várias pessoas em roupas grossas de inverno ligadas a soros intravenosos enquanto se sentavam em bancos na rua em frente a uma clínica na província central de Hubei. A Reuters verificou a localização do vídeo.

O temor da Covid na China também levou pessoas em Hong Kong, Macau e em alguns bairros da Austrália a procurar remédios para febre e kits de teste para familiares e amigos no continente.

Por todos os seus esforços para conter o vírus desde que ele surgiu na cidade central de Wuhan no final de 2019, a China agora pode pagar um preço por proteger uma população que carece de “imunidade de rebanho” e tem baixas taxas de vacinação entre os idosos, disseram analistas.

“As autoridades permitiram que os casos em Pequim e outras cidades se espalhassem a ponto de que retomar as restrições, testes e rastreamento seria amplamente ineficaz para controlar os surtos”, disseram analistas do Eurasia Group em nota na quinta-feira.

“Mais de 1 milhão de pessoas podem morrer de Covid nos próximos meses.”

Outros especialistas estimam o número potencial em mais de 2 milhões. A China registrou apenas 5.235 mortes relacionadas à Covid até agora, número extremamente baixo para os padrões globais.

A China, que disse que cerca de 90% de sua população está vacinada contra a Covid, decidiu agora lançar a segunda dose de reforço para grupos de alto risco e idosos com mais de 60 anos.

O porta-voz da Comissão Nacional de Saúde, Mi Feng, disse na quarta-feira que era necessário acelerar as vacinações, de acordo com comentários relatados pela mídia estatal.

Fonte: CNN

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