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Candidatura fake – Ciro Nogueira queria apenas criar um fato político e chamar para si os holofotes?

Qualquer confirmação de candidatura depende de uma série de fatores, notadamente de apoios das mais variadas lideranças, principalmente dentro do próprio partido a que o pretenso candidato pertença. Quando se disse aqui que o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas (PP) – com o propalado lançamento da sua pré-candidatura ao governo do Estado, que ocorreu nessa segunda-feira (26), queria, na verdade, chamar a atenção e criar um fato político – confirmou-se como verdade absoluta.

Ele não confirmou 100% e nem desconfirmou sua pré-candidatura, ou se será cabeça de chapa do grupo que tenta agregar, mas quando lhe perguntaram se a pré-candidata poderia ser sua mulher, deputada federal Iracema Portela (PP), ele pulou longe e disse que o nome mais forte é o seu próprio nome. Temos aí um pré-candidato, mas que só será confirmado se os ventos, até 2022, soprarem a seu favor, porque depende de condicionantes, a exemplo da recuperação do seu candidato a presidente Jair Bolsonaro, cuja gestão anda muito mal perante a opinião pública – e poderá piorar com o resultado da CPI da Covid – e de ter todos os parlamentares do seu partido ao seu lado. Mas muitos estão, na verdade, do lado seu adversário político, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), com quem o Ciro vai se contrapor. O gestor estadual vai comandar sua sucessão e a caminhada dos candidatos pelo lado da situação.

“Aqueles que têm dúvidas se eu serei candidato, eu digo, na minha vida primeiro o Piauí, segundo o Piauí, terceiro o Piauí, sempre o Piauí, eu sei que não é o momento ideal para falarmos de política, eu não estou aqui para lançar candidatura, mas para dar esperança ao povo. É o momento de nós tratarmos de saúde, de levar conforto, e principalmente de imunizarmos a população”, afirmou o senador. Então, o que o senador realmente queria? Será que era apenas levar para si os holofotes? Porque esses faz tempo que estão dando destaque ao governador Wellington Dias, pelo seu protagonismo político e administrativo, em âmbito nacional, pela ousadia de enfrentamento à pandemia da Covid-19, como presidente do Consórcio Nordeste, que reúne todos os governadores dos Estados do Nordeste, e representante de maior destaque no Fórum de Governadores do Brasil.

Alguns analistas políticos avaliam que o senador Ciro Nogueira, ao não exigir que deputados estaduais progressistas deixem seus cargos ocupados no governo estadual, coloca esses parlamentares em situação bastante delicada. Vão se sentir pressionados a tomar uma decisão, ou essa pressão poderá vir do próprio governador Wellington Dias. Para esses analistas, o senador estaria numa posição até confortável porque sabe que esses correlegionários irão beijar a sua mão em 2022.

Concluímos que não é bem assim. Os deputados estaduais progressistas Wilson Brandão, Hélio Isaías, Firmino Paulo e a deputada federal Margarete Coelho, que não participaram do lançamento da mais ou menos pré-candidatura de Ciro e estão caminhando com o governo, representam muito numa eleição, principalmente para quem quer ocupar cabeça de chapa. O senador ignora ainda seus três vereadores da capital, que também não participaram do evento de lançamento da sua mais ou menos pré-candidatura.

O senador corre o risco de construir uma rejeição ainda mais forte ao seu nome, por talvez não considerar esses parlametares como importantes dentro da agremiação que dirige. Falta até agora ao congressista um pouco mais de humildade, no sentido de conversar com esses parlamentares sobre sua própria decisão de enfrentamento a Wellington Dias, para mostrar que tem algo a oferecer pela fidelidade dos seus pares partidários na eleição que vem. Já o governador tem horizontes muito mais seguros para esses parlamentares e para outras lideranças progressistas que ainda não se decidiramm com quem caminhar em 2022.

Jogo do Poder

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