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Bailarina Ingrid Silva diz querer fazer projeto de dança com meninas da África

A carreira da jovem bailarina brasileira Ingrid Silva une contextos como Rio de Janeiro e performances em Nova Iorque.

Ela disse à ONU News que aspira incentivar sonhos de meninas que queiram seguir a mesma carreira em áreas em desenvolvimento.

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Ingrid Silva diz encontrar entusiasmo na própria trajetória que começou com um teste, aos oito anos de idade, no projeto social no Rio de Janeiro e a levou, vários anos depois, para a companhia Dance Theatre of Harlem, dos Estados Unidos.

“Eu recebo muitas mensagens, de meninas de vários lugares do mundo. O que eu tento primeiro fazer é ajudar. Tem muita gente, que eu até falo: não posta, eu doo as sapatilhas. Eu acho que eu faço o primeiro passo. Eu acho que é muito importante que se tiverem projetos sociais nesses ambientes, que eles vão até lá e ajudem e consigam ajudar as crianças com esses sonhos. Eu acho que principalmente para essas meninas é: não deixem de sonhar. Não deixem de procurar as oportunidades. Não deixem de mandar as mensagens para as pessoas do que vocês gostam. Dou graças a Deus, porque eu sou uma pessoa muito alcançável. Se você me mandar uma mensagem na rede social, eu vou te responder. E a partir daquele momento ali, eu vou tentar te ajudar para saber onde tem uma escola próximo de você. Onde a gente pode achar um projeto em que você possa fazer uma audição para ganhar uma bolsa. Eu acho que começa a partir dali.”

Em lugares onde há sonhos e aspirações limitadas pela pobreza, a bailarina defende haver espaço para fazer sucesso mesmo com necessidades de se eliminar diferenças e distâncias.

“Um dos meus sonhos é poder ir para a África, encontrar um processo social lá, alguma escola, algum lugar de dança para poder dar aula, para poder estar próximo dessas crianças. Para poder tentar trazer a oportunidade para aquele ambiente ali que é tão distante para elas. Mas que não é impossível e fazer com que elas continuem sonhando em ter a oportunidade.”

Percurso e obstáculos

Os vários estágios nos palcos da dança foram para Ingrid um aprendizado em superar obstáculos como o racismo, o preconceito e a falta de inclusão. São desafios e temas que ela diz que a educação pode ajudar a combater.

Ingrid Silva, bailarina brasileira do Dance Theatre of Harlem de Nova York, em entrevista ao Podcast ONU News..
ONU News Português

“Educação é uma coisa muito importante. A gente fala da educação, mas em muitos dos ambientes, essas pessoas não estão preparadas e elas não sabem como lidar com essas situações. E eu acho que também é trabalhar no seu psicológico. É muito importante porque você vai viver situações que, necessariamente, vão ser muito indesejáveis. E como é que você usa dessas situações para que você possa não só compartilhar elas, mas fazer também com que elas não se repitam nesses ambientes. Eu acho que eu vivi muitos momentos bons e ruins na minha jornada, mas eu sempre tentei tirar desses momentos ruins coisas boas, que me fizessem caminhar melhor. Hoje em dia, se eu estiver em alguma situação de racismo, eu tento não me defender, mas explicar com graça como as pessoas podem me respeitar nesse espaço.” 

O novo Podcast ONU News pode ser seguido na íntegra nas plataformas neste 2 de junho.

A próxima convidada será Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial do Brasil, que vai ao ar neste 9 de junho.

ONU News – Foto: Personal file: Ingrid Silva

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