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Ao lado de Scholz, Lula promete concluir acordo UE-Mercosul

Deutsche Welle – O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, foi recebido nesta segunda-feira (30/01) em Brasília pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O líder alemão foi o primeiro chefe de governo ocidental a visitar o país desde os atos golpistas ocorridos no início do mês.

Os dois líderes discutiram uma série de questões envolvendo colaborações em áreas como meio ambiente, defesa da democracia, além da retomada das negociações para o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. Lula, inclusive, chegou a afirmar que o acordo deve ser fechado até o final do primeiro semestre.

Em conferência de imprensa após a reunião com Lula, Scholz se disse “emocionado por estar aqui em Brasília hoje”, semanas após os ataques de 8 de janeiro.

“As imagens da invasão ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do Planalto ainda estão muito presentes na minha memória e nos deixa profundamente consternados”, afirmou. Ele expressou “total solidariedade” da Alemanha ao Brasil. “A democracia brasileira é forte e conseguiu resistir.”

Scholz disse que dois países tem várias agendas em comum em questões como as mudanças climáticas, defesa das florestas tropicais, produção de energias renováveis, além da garantia dos avanços no acordo UE-Mercosul.

O chanceler também disse que o compromisso de Lula em proteger a Amazônia é “uma boa notícia para todos nós”, e ressaltou que o Brasil “tem papel fundamental em liderar a transição para as energias verdes”.

Acordo UE-Mercosul

Scholz também pregou avanços nas negociações do acordo UE-Mercosul. “Lula e eu concordamos que o acordo é importante para ambas as regiões e desejamos avanços nessa questão”.

“Estamos muito felizes pelos Brasil estar de volta à cena mundial. Vocês fizeram falta, Lula”, concluiu o chanceler.

Lula foi categórico ao afirmar que o acordo UE-Mercosul deve ser finalizado nos próximos meses. “Vamos fechar esse acordo até o final do semestre”, afirmou.

“Temos muita coisa pela frente, e não apenas esse acordo.”, disse o petista. O presidente reforçou a intenção do Brasil de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Ele disse que é necessário “dizer às Nações Unidas que a realidade geopolítica hoje não é mais a de quando ela foi criada”, após a Segunda Guerra Mundial.

Apesar de expressarem concordância em uma série de temas, os dois líderes defenderam posições diferentes no que diz respeito à guerra na Ucrânia. Lula disse que Kiev e Moscou deveriam voltar à mesa de negociações, criticando o fato de que se ouve muito pouco falar sobre as discussões em torno de um acordo de paz.

Scholz, por sua vez, disse que a Rússia deve primeiro tirar suas tropas do território ucraniano para que essas negociações possam ocorrer.

Fonte: DW Brasil/Foto: Kay Nietfeld/dpa/picture alliance

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