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Agência da ONU busca engajar homens para promover igualdade de gênero

Para muitas pessoas, descobrir o sexo de nascimento do bebê é motivo de comemoração. Para outras, pode ser uma fonte de grande ansiedade, principalmente com a hipótese de ser uma menina.

O Fundo de População da ONU, Unfpa, alerta que, em muitos países, ainda há preferência por meninos. Isso já levou a um número estimado de 140 milhões de mulheres “desaparecidas” e vem causando um desequilíbrio de gênero.

Unfpa alerta que, em muitos países, ainda há preferência por meninos. Isso já levou a um número estimado de 140 milhões de mulheres “desaparecidas” e vem causando um desequilíbrio de gênero
© Unicef/Giacomo Pirozzi
Unfpa alerta que, em muitos países, ainda há preferência por meninos. Isso já levou a um número estimado de 140 milhões de mulheres “desaparecidas” e vem causando um desequilíbrio de gênero

Programas para combater discriminação de gênero

Por isso, a agência das Nações Unidas especializada em saúde sexual e reprodutiva está lançando programas em vários países para combater o tipo de discriminação e equipar homens e meninos em particular para advogar contra ela.

No Azerbaijão, país onde a preferência por filhos continua generalizada, uma iniciativa oferece treinamento para homens se tornarem parceiros mais engajados e iguais. O país conta com um espaço seguro para discutir e descobrir como a discriminação de gênero os afeta, a suas famílias e a sociedade.

Já no Vietnã, o censo de 2019 aponta que a proporção entre os sexos no nascimento foi de 111,5 meninos para 100 meninas, maior do que a considerada normal de cerca de 105 meninos para 100 meninas.

Essa distorção é impulsionada pela seleção de sexo com viés de gênero, sem a qual cerca de 45,9 mil nascimentos femininos ocorreriam no país a cada ano.

Para trabalhar contra a questão, o Unfpa colaborou com o Governo do Vietnã e o Sindicato dos Agricultores do Vietnã para criar dez Clubes de Paternidade Responsável nas províncias de Bac Giang e Ba Ria-Vung Tau.

Os clubes oferecem um espaço para aprender sobre os papéis de gênero na sociedade, criar filhos e superar a pressão para ter filhos. De forma mais ampla, eles demonstraram levar mais homens a assumir responsabilidades domésticas e a menos pessoas.

Meninas caminham para a escola em Herat, no Afeganistão. (arquivo)
Unicef/Mark Naftalin
Meninas caminham para a escola em Herat, no Afeganistão. (arquivo)

Oportunidade para mulheres e meninas

Segundo a agência de saúde sexual e reprodutiva das Nações Unidas, mulheres e meninas empoderadas tem famílias mais saudáveis e produtivas, economias mais fortes e futuros mais seguros para as próximas gerações.

No entanto, em muitos países, as oportunidades de educação e emprego dos meninos ainda são priorizadas, enquanto as meninas correm o risco de serem forçadas a se casar precocemente para aliviar a pressão financeira sobre as famílias.

Globalmente, as mulheres ainda ganham apenas US$ 0,77 para cada  dólar que um homem recebe e realizam pelo menos 2,5 vezes mais trabalho não remunerado.

Desequilíbrio de gênero

No extremo dessa realidade está a questão da preferência pelo filho: gestações são interrompidas, muitas vezes à força e aqueles que se recusam a ser coagidos podem correr o risco de exclusão, violência e abandono por parte de seus parceiros e familiares.

O Unfpa destaca que tal desequilíbrio de gênero pode ter impactos duradouros e prejudiciais nas sociedades e sufocar a progressão profissional de mulheres e meninas.

Essa lacuna pode resultar em taxas mais altas de outras normas nocivas, incluindo violência baseada em gênero, mutilação genital feminina e casamento infantil, que são outras barreiras para alcançar a igualdade de gênero.

Fonte: ONU News – Imagem: Unicef/UNI10236/Estey

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