Novo Grupo de Amigos da Ciência para a Ação quer abordar crises combinadas
Um Grupo de Amigos da Ciência para a Ação, liderado por Bélgica, Índia e África do Sul, quer ajudar a travar crises globais complexas e interconectadas, como mudança climática, além de prevenir e responder a pandemias globais.
O lançamento ocorreu na Assembleia Geral da ONU com cientistas e especialistas que pediram aos políticos a busca e integração de dados e conhecimento de uma forma mais regular na atuação da Casa.
Cooperação multilateral e troca de informações
O presidente da Assembleia Geral, Csaba Korosi, incentivou outros Estados-membros a integrar o fórum, que considera “um importante passo em direção à cooperação multilateral e troca de informações e dados”.
Korosi prioriza impulsionar o recurso da ciência no trabalho das Nações Unidas.
Na quarta-feira, cientistas, especialistas e diplomatas interagiram em três painéis com representantes do setor público e privado e organizações da sociedade civil.
Medir a sustentabilidade
Dentre os temas estavam: o avanço para além do Produto Interno Bruto, PIB. O debate enfatizou a criação de um índice para medir a sustentabilidade, que vem sendo cogitado desde a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Korosi sugere aos palestrantes é que possam criar coletivamente algumas métricas comuns. O estatístico Stefan Schweinfest também ressaltou a utilidade do Produto Interno Bruto como “uma história de sucesso” para a ONU, que treinou milhares de funcionários do governo em como medir estatísticas. O resultado foram números que são “característicos do país, comparáveis ao longo do tempo e entre nações”.
Mas observou que o PIB não pode cumprir todas as tarefas, uma posição reforçada pela Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad. A diretora interina de Estatísticas, Anu Peltola, comparou o rendimento a um antibiótico “poderoso, mas precisa ser usado com cuidado para ter o impacto que se pretende.”
Uso excessivo de recursos e reconstrução pós-desastre
Para Peltola, o parâmetro não deve ser usado como uma medida de bem-estar, sustentabilidade ou mesmo do progresso, pelo potencial de alta pelo uso excessivo de recursos, reconstrução pós-desastre ou devido a atividades ilegais.
Ela destacou ainda as limitações ao não medir o tipo de crescimento de um país, sua igualdade ou condições em que é gerado, como segurança no trabalho ou salários justos.
A Assembleia Geral destacou que o evento apoiaria negociações e reuniões de alto nível sobre ODS, financiamento do desenvolvimento sustentável, Cúpula do Futuro, a Declaração sobre a Juventude e o Fórum Político de Alto Nível.
Fonte: ONU News/Foto: © UNICEF/Mary Gelman