As crianças que apresentam alergia à proteína do leite de vaca e fazem uso de fórmula especial agora têm à sua disposição acompanhamento de saúde especializado na rede municipal. O trabalho será feito pelo Consultório de Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) que foi inaugurado nesta terça-feira (08), no Hospital Municipal da Criança, localizado no Parque Piauí.
Nesse consultório o atendimento é para quem faz parte do programa municipal de dispensação de dietas enterais e fórmulas infantis. “O APLV é o programa voltado para crianças residentes em Teresina, que fazem uso de fórmula infantil com até dois anos de idade, que apresente alergia a proteína do leite de vaca ou intolerância à lactose ou ser menor de três anos de idade e ser portador de alergia à proteína do leite de vaca associada à alergia à proteína do leite de soja que é comumente chamada de alergia múltipla”, esclarece a gerente de Nutrição da FMS, Yara Cristina Leal.
“Aqui nós temos uma equipe formada por médica, nutricionista, serviço social e todos os profissionais que essas crianças precisam para serem acompanhadas”, explica o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Gilberto Albuquerque. “É um espaço que a população Teresinense demanda nessa área de medicina especializada. As crianças recebem toda assistência, inclusive o fornecimento dessas fórmulas para que elas possam se alimentar normalmente e crescerem saudáveis”, reforça o gestor.
O atendimento no Hospital da Criança será às terças feiras à tarde e às sextas-feiras no turno da manhã. Para ter acesso a esse serviço é necessário procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) onde é feito o encaminhamento para o consultório APLV. Com a documentação necessária é iniciado o processo no protocolo na sede da FMS e a entrega das dietas é feita na sede da FMS de segunda a sexta-feira pela manhã.
Como explica a gastropediatra Caroline Paranhos, a APLV é uma doença imunomediada, em que os pacientes apresentam reação ao terem contato com a proteína do leite de vaca, tanto a proteína intacta, através de leite, fórmulas e derivados – inclusive através do leite materno, quando a mãe consome proteína do leite de vaca. O único tratamento é a retirada completa desses alimentos. “Quando as crianças estão amamentando, quem faz a dieta é a mãe, com a restrição de leite de vaca e derivados. Mas aquelas que fazem consumo de fórmulas infantis necessitam de uma fórmula especial que não tenha a proteína intacta para que elas não apresentem reação, que é dispensada pela FMS”, diz a médica.
Caroline Paranhos ressalta ainda que a alergia à proteína do leite de vaca na maioria das vezes é transitória, e eventualmente desaparece. “Quase 90% das crianças vão estar curadas até dois anos de idade”, conclui.
Fonte: Semcom