Integrantes da campanha petista estão em alerta por um possível uso político de setores aparelhados por Jair Bolsonaro (PL) da Polícia Federal com o desencadeamento de operações tendo aliados e o próprio Lula (PT) como foco.
Em declaração à Mônica Bergamo, na edição desta quinta-feira (13) da Folha de S.Paulo, Luiz Marinho, presidente do PT paulista e um dos coordenadores da campanha de Fernando Haddad (PT) ao governo do Estado fala sobre “operações bizarras” que estariam sendo planejadas.
“Recebemos informações de que setores do Estado aparelhados pelo bolsonarismo estariam buscando forjar fatos que justifiquem operações bizarras contra nosso campo democrático”, disse Marinho, ressaltando que o PT estuda “medidas judiciais para evitar essa violência contra a democracia”.
O alerta foi emitido após a operação contra o governador do estado de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), que foi afastado do cargo nesta terça-feira (11) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a pedido da Polícia Federal.
Dantas foi alvo de operação de busca e apreensão na casa do político e na Assembleia Legislativa alagoana. O governador afastado alega que a operação foi “grotesca” e com o objetivo de atingir a sua candidatura.
“Hoje o Brasil pôde ver uma ação grotesca que tentou manchar a minha candidatura à reeleição de governador de AL. Uma ala da PF, sob pretexto de investigar acusações de 2017, pediu à Justiça o meu afastamento do cargo, a poucos dias do 2º turno, e estando com 20 pontos à frente”, afirmou.
As investigações dizem respeito da época em que Paulo Dantas era deputado estadual e há suspeita da prática de uso de funcionários fantasmas em seu gabinete, esquema popularmente chamado de “rachadinha”.
Dantas assumiu o cargo de governador em maio para um mandato tampão depois que Renan Filho (MDB) deixou o governo para disputar uma vaga ao Senado. A Ministra do caso é Laurita Vaz e o afastamento de Dantas vale por 180 dias.
O emedebista está no segundo turno da eleição pelo governo do estado de Alagoas e obteve no primeiro 45,64% dos votos válidos. O seu adversário, Rodrigo Cunha (União Brasil), que é aliado de Arthur Lira (PP) e Jair Bolsonaro (PL), teve 26,74%.
Fonte: Revista Fórum
