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UE aplica sanções a filho e esposa de Ortega por repressão na Nicarágua

A União Europeia (UE) anunciou hoje sanções à esposa do presidente nicaraguense, Daniel Ortega, a vice-presidente Rosario Murillo, assim como a seu filho, Juan Carlos, e a outras seis autoridades por sua responsabilidade nas “graves violações dos direitos humanos” no país centro-americano.

“Infelizmente, a detenção de um sétimo possível candidato presidencial no fim de semana passado ilustra a magnitude da repressão na Nicarágua e projeta uma imagem preocupante para as próximas eleições”, afirma um comunicado da UE, em referência a Noel Vidaurre, posto em prisão domiciliar em 25 de julho.

As sanções agora afetam um total de “14 pessoas”, que não podem viajar, nem transitar, pelo território europeu, e passam a ter seus bens na UE congelados, detalha o comunicado.

“Os cidadãos e as empresas da UE estão sujeitos à proibição de colocar recursos à sua disposição”, ressalta o texto.

Entre aqueles que foram incluídos nesta lista negativa, estão o assessor econômico de Ortega, Bayardo Arce Castaño; o presidente da Assembleia Nacional, Gustavo Eduardo Porras Cortés; a presidente da Suprema Corte, Alba Luz Ramos Vanegas; a procuradora-geral, Ana Julia Guido Ochoa; e duas autoridades policiais.

O filho de Daniel Ortega, Juan Carlos, é o chefe do movimento sandinista 4 de maio e dirige o Canal 8, uma das principais redes de televisão do país.

As novas sanções foram anunciadas no início de julho pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

“A Nicarágua entrou em uma espiral de repressão” contra a oposição, com a proximidade da eleição presidencial, havia declarado Borrell no Parlamento Europeu reunido em sessão plenária em Estrasburgo (leste da França).

As últimas sanções europeias contra o governo de Daniel Ortega datavam de maio de 2020.

Ortega, um ex-guerrilheiro sandinista de 75 anos, ainda não anunciou oficialmente sua candidatura. Seus associados mais próximos e a propaganda partidária visível em lugares públicos indicam que ele deverá buscar a reeleição para um quarto mandato consecutivo.

O líder sandinista governou o país entre 1979-1990 e voltou ao poder em 2007, onde se mantém após duas reeleições consecutivas. A última delas foi em uma chapa tendo sua mulher como vice.

Jogo do Poder

Fonte: AFP

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