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Tropas femininas aproximam ONU das vítimas de conflitos na RD Congo

O impacto da violência sobre as mulheres na República Democrática do Congo, RD Congo, é um dos maiores desafios no processo de estabilização. A comunidade internacional tem apoiado o processo nas últimas duas décadas.

A ONU observa um aumento de vítimas de estupros generalizados e do uso de agressões a elas como tática de guerra. Há relatos até em acampamentos de deslocados, segundo a organização. 

Envio de mais mulheres para as operações de paz

No mês passado, o general brasileiro que comanda a força da Missão da ONU na RD Congo, Monusco, pediu aos países que o envio de mais mulheres para as operações de paz seja uma prioridade. 

Em entrevista à ONU News, em Nova Iorque, ele disse que essa medida seria eficaz porque as mulheres civis tendem a se confidenciar com as boinas-azuis.

“A aproximação com as mulheres no Congo, tanto de grupos armados, como das comunidades ou das lideranças locais femininas, se torna muito mais fácil por causa da presença das mulheres nas nossas tropas. Ter uma participação feminina com foco exclusivo nas mulheres que estão nos grupos armados, não só, temos isso e muito mais.”

No Conselho de Segurança, Otávio de Miranda Filho recomendou ainda que se impulsionem áreas como dados e uso da tecnologia.

Eficácia da ação de mulheres no terreno

O general afirma que países com tropas na operação de paz têm dado atenção à eficácia da ação de mulheres no terreno, ao mesmo tempo que travam os ataques e a violência contra civis. Em todo o território congolês atuam mais de 116 grupos.

O general defende que a atuação feminina vai desde o apoio aos afetados pelo conflito, passa pelo seguimento da estabilização em nível local até ao incentivo à intervenção das congolesas para melhorar o dia a dia das comunidades afetadas.

“Elas conversam com essas mulheres, com as lideranças locais, percebem os problemas que estão acontecendo em relação às mulheres: violência sexual, acesso ao trabalho etc., as condições de vida e todas as dificuldades. Isso tudo chega para a ONU por intermédio, muitas vezes, dessas seções que nós temos e são compostas por mulheres em todas as nossas tropas. E é claro, pelos outros órgãos e agências que estão espalhados pelo país.”

Mecanismos de ação das autoridades 

Além de sofrer violações, as congolesas são as que mais são impactadas pela insegurança econômica principalmente nas áreas do leste.

Em março, o Conselho de Segurança adotou a Resolução 2098 que cita o efeito da violência sexual e dos conflitos sobre mulheres e crianças. 

O órgão recomendou mecanismos de ação das autoridades congolesas para proteger os direitos humanos, o Estado de direito e a independência do Judiciário, além de instituições que lidem com abusos, principalmente contra os civis mais vulneráveis.

Fonte: ONU News – Imagem: ©Tanzabatt 9 / Private Sosper Msafiri

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