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Peru pedirá que Chile amplie acusações de extradição contra Fujimori por ‘esterilizações forçadas’

O Peru vai pedir que o Chile amplie a extradição do ex-presidente Alberto Fujimori para que ele possa ser levado a juízo em um processo penal sobre as milhares de “esterilizações forçadas” de mulheres, efetuadas entre 1996 e 2000, informou o Poder Judiciário peruano.

O juiz Rafael Martínez decidiu neste sábado (11) levar a juízo Fujimori e vários ex-ministros por este caso. O Poder Judiciário peruano informou mais tarde que, a pedido da defesa do ex-presidente, que está detido, suspendeu o processo por não se encontrar dentro do convênio de extradição entre Santiago e Lima, segundo o qual Fujimori voltou ao Peru em 2007.

A promotora do caso, Carmen Rosa Crisóstomo, informou que o Ministério Público “oportunamente apresentará a ampliação do pedido de extradição” ao Chile.

Martínez tinha dito na semana passada que Fujimori —de 83 anos e que cumpre pena de 25 anos de prisão— não podia ser processado por enquanto pelas “esterilizações forçadas”, pois este caso não foi incluído no pedido de extradição pelo Chile, finalmente concedida por crimes de violações dos direitos humanos e corrupção.

Na mesma audiência, realizada virtualmente, o magistrado decidiu abrir também um processo penal contra os ex-ministros Eduardo Yong, Marino Costa, Alejandro Aguinaga e Ulises Jorge Aguilar.

“Serão processados por serem os supostos autores do crime contra a vida, o corpo e a saúde —lesões graves, seguidas de morte no contexto de grave violação dos direitos humanos”, informou o juiz.

O processo penal das “esterilizações forçadas” conta com 1.317 demandantes e foi aberto em 2002, tendo sido arquivado e reaberto várias vezes.

Entre os acusados está Alejandro Aguinaga, médico do próprio Fujimori, ex-ministro da Saúde e hoje congressista pela Força Popular, partido político liderado por Keiko Fujimori, filha e herdeira política do ex-presidente.

Estima-se que cerca de 270.000 peruanas pobres, muitas delas indígenas que não falavam espanhol, tenham sido submetidas a cirurgias de laqueadura de trompas como parte do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva e Planejamento Familiar, que Fujimori implantou em seus últimos quatro anos no poder.

A maioria das vítimas eram indígenas do interior. Uma delas disse que em 1997, quando tinha 19 anos, foi levar seu bebê para ser vacinado em um consultório e teve as trompas ligadas.

O questionado programa visava a reduzir a taxa de natalidade para impulsionar o desenvolvimento econômico. Nestas cirurgias, segundo dados oficiais, morreram 18 mulheres.

Jogo do Poder

Fonte: AFP

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