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OMS: Brasil se descola do resto do mundo em número de mortes e infectados

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirma: o Brasil é hoje o local onde a pandemia faz seu maior número de vítimas e novas contaminações no mundo. Em seu informe semanal publicado nesta terça-feira, 23, a entidade destaca como o número de mortes no país na semana que terminou no dia 21 de março aumentou em 23%, em comparação à semana anterior.

Os dados foram publicados no mesmo momento em que o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, fazia uma declaração à nação sobre as ações do governo para lidar com a crise.

No total, a OMS indica que o Brasil somou 508 mil novos casos de contaminação em uma semana. O segundo lugar é dos EUA, com um número bem inferior, de 374 mil. A terceira colocação é da Índia, com metade dos números registrados no Brasil, cerca de 240 mil. Nas Américas, o país contabilizou metade dos novos casos na semana.

No total, o mundo registrou 3,2 milhões de novos casos, com vários países do mundo apontando uma nova alta. A expansão na taxa global foi de 8% e representou a quarta semana de elevação nos números.

No que se refere às mortes, o mundo somou 60 mil novos óbitos. Desses, 15,2 mil estavam no Brasil. Os números não incluem o recorde de 3 mil casos registrados nesta terça-feira. Ainda assim, com 25% dos casos globais, o Brasil é o líder absoluto.

Nos EUA, as mortes somaram 7,5 mil na semana, uma queda de 19% em comparação ao período anterior. No México, com 3,3 mil óbitos, a queda também foi importante, de 21%.

A Itália viu um aumento de 20%. Mas um número bem inferior ao do Brasil, com 2,7 mil mortes em sete dias, o equivalente a um dia de mortes no país. Já a Índia teve alta de 35% na semana. Mas com uma taxa de 1,1 mil mortos em sete dias para uma população seis vezes maior que a do Brasil.

No número global de mortes e infectados desde o início da pandemia, há mais de um ano, o Brasil é o segundo colocado, superado ainda pelos EUA. São 29 milhões de americanos contaminados, contra 11,9 milhões no país.

Variante preocupa

De acordo com o informe da OMS, a situação da variante P.1, identificada no Brasil, preocupa. Hoje ela já está em 41 países e um estudo recente indicou que a mutação seria 2,5 vezes mais transmissível em comparação com a variante que circulava anteriormente, enquanto a probabilidade de reinfecção foi baixa, de 6,4%.

“Dois estudos adicionais analisaram os dados genômicos de Manaus e estimaram uma maior transmissibilidade da variante P.1. No entanto, estes são resultados preliminares e mais estudos são necessários para entender completamente a transmissibilidade e a severidade da variante”, diz a OMS.

A entidade também destaca como “numerosos estudos mediram a neutralização da variante P.1 com vacinas da Pfizer, Moderna, AstraZeneca ou Sinovac.

“Com base nesses resultados, a atividade de neutralização foi reduzida de 2,6 a 10 vezes, dependendo da vacina e dos indivíduos. Em particular, entre as pessoas vacinadas com o produto Sinovac, o plasma não conseguiu neutralizar eficientemente a variante P.1, o que sugere a possibilidade de reinfecção”, alertou. (UOL/Jamil Chade)

Redação

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