O senador piauiense Elmano Férrer, desde décadas de filiação ao PTB, depois que chegou ao Congresso, trocou algumas vezes de partido, não conseguindo se firmar, até agora, em nenhum deles. O presidente do PTB no Piauí, o ex-senador João Vicente Claudino, um ex-aliado do congressista, vem estranhando essa postura do agora Progressistas e fez um histórico das inconsistências partidárias do senador, que em seis anos já trocou três vezes de partido. Depois que saiu do PTB, já se filiou ao MDB, ao Podemos e agora ao PP de Ciro Nogueira.
João Vicente rechaçou opiniões antigas de que Elmano Férrer seria por ele tutorado e disse que se fosse tutor do senador teria evitado que ele tivesse que protagonizar tantos problemas. “Seis anos de mandato do Elmano, é o quarto partido dele. Eu com 20 anos na política só tive dois partidos. Mudança de partido não acho uma coisa banal, e ele banalizou. Acho que tudo tem que ter justificativas plausíveis. Eu não tomo minhas decisões políticas desta maneira. Porém, cada um tem que arcar com suas decisões”, disse o ex-senador.
“Muita gente dizia que o Elmano só fazia as coisas com orientação minha ou do Seu João (pai de João Vicente, já falecido). Elmano só me atendeu em dois momentos, quando foi para ser vice de Sílvio (prefeitura de Teresina) e pra ser candidato a senador que, aliás, ninguém acreditava, nem o Elmano, e deu no que deu. Se eu fosse conselheiro do Elmano, ele teria evitado um bocado de problema. Mas, ele tem decisões próprias e deve saber o que está fazendo”, completou JVC.
Circula no meio político que tanto Ciro Nogueira como Elmano Férrer formam uma espécie de governo estadual paralelo. Mas não é bem isso o que vem observando a opinião pública. O que muitos estão percebendo é que está havendo uma ânsia surda sobre quem vai, pelo lado da oposição, viabilizar-se como candidato a governador do Piauí nas eleições de 2022.
Pela oposição, Ciro Nogueira rompeu com o governador Wellington Dias (PT) para se lançar, ele mesmo, candidato ao governo, com o apoio, quem sabe, de Elmano Férrer, que pode tentar a reeleição para o Senado, entrando em confronto com atual prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), que também briga pela vaga no Senado. Todos fazem parte do mesmo grupo.
E ainda estamos em plena campanha para as eleições municipais de 2020. Essa postura passa para o eleitor que a única preocupação dessas figuras é com o poder.
Redação