Em vídeo, vendedora egípcia diz aceitar desculpas de médico brasileiro
Em vídeo publicado no Instagram, a vendedora egípcia disse aceitar as desculpas do médico brasileiro Victor Sorrentino. Ele foi preso no Egito na semana passada, após postar um vídeo fazendo piadas machistas.
Na gravação, Sorrentino aparece ao lado da vendedora. Em português, mas com tradutor, ele pede desculpas por “gravar um vídeo sem autorização” e ela diz que “é suficiente” e aceita o pedido.
“Estou gravando este vídeo para pedir desculpas por ter errado em gravar um vídeo sem autorização da senhorita e falando palavras feias. Quero deixar claro que tenho o maior respeito pelo povo egípcio em geral, especialmente as mulheres egípcias”, declarou Sorrentino.
“Como represento as mulheres egípcias e o povo egípcio, somos um povo hospitaleiro e carinhoso que recebemos visitante de todas as partes do mundo, é suficiente para mim que ele peça desculpas, e vou aceitar suas desculpas”, declarou a vendedora, após a fala de Sorrentino.
Em comunicado, o Ministério do Interior disse que “os serviços de segurança conseguiram identificar a vítima e foram capazes de deter o turista brasileiro”.
Segundo o texto, publicado no Twitter, as autoridades tomaram medidas judiciais contra o médico.
Esta é a segunda vez que ele publica pedido de desculpas. Na última quinta-feira (3), sua família divulgou com um pedido de desculpas em inglês e em árabe.
“Quanto aos recentes acontecimentos ocorridos no caso do médico brasileiro Victor Sorrentino no Egito, e aos danos morais e materiais causados a todos que foram afetados. Nós, a família de Victor Sorrentino, e em nome de Victor apresentamos um pedido oficial de desculpas à vítima, sua família e a todos os atingidos pelo caso. A todo querido povo egípcio e a todos os funcionários do Estado do Egito. Nós estendemos nossos sentimentos mais sinceros e nos comprometemos a reparar todos os danos materiais e morais. Pedimos que aceitem nossas desculpas”, diz o texto.
O caso ocorreu no último dia 24 de maio. No vídeo publicado em seu perfil no Instagram, com quase 1 milhão de seguidores, Sorretino faz comentários sexistas em português a uma vendedora, ao comprar papiro, folha de madeira usada para escrita no Egito Antigo. “Vocês gostam é do bem duro. Comprido também fica legal, né?”, disse o médico gaúcho. “O papiro comprido.”
“Si”, respondeu a mulher, em espanhol, sem entender as palavras de Sorrentino. “Tá! Maravilha”, responde o brasileiro. As imagens circularam pelo país e as autoridades receberam denúncias da população.
Depois das críticas, o médico tornou privado seu perfil na rede social e postou outro vídeo, dessa vez se desculpando. “Eu sou assim. Sou um cara muito brincalhão”, tentou justificar.
Nesta semana, o Ministério Público do Egito pediu a prisão preventiva do médico. A informação do pedido foi publicada na conta oficial do órgão no Twitter.
O texto diz que o Ministério Público pediu a prisão provisória do brasileiro, por quatro dias, enquanto aguarda as investigações. O post ressalta que o brasileiro é acusado de “agredir sexualmente uma garota egípcia” usando as redes sociais e, assim, teria violado “os princípios e valores da família e da sociedade egípcia” além de violar “a vida privada da vítima”.
O Itamaraty, por meio da embaixada brasileira no Egito, informou que está prestando assistência a Sorrentino.
A esposa do médico, a empresária Kamila Monteiro, chegou a publicar numa rede social um texto defendendo o marido e afirmando que o mundo está complexo e que as pessoas veem maldade em absolutamente tudo.
O Egito criminalizou assédio sexual em 2014. A lei prevê multas ou pena de seis meses a três anos de prisão. No ano passado, o parlamento egípcio aprovou uma lei para manter a identidade das vítimas de agressão e assédio sexual em sigilo. O objetivo é proteger a reputação e incentivá-las a registrarem os casos.
(Com informações Uol)