Em meio a protestos violentos, Peru declara estado de emergência no país
O ministro da Defesa do Peru, Alberto Otárola, anunciou, no início da tarde desta quarta-feira (14/12), que o país está em estado de emergência por 30 dias. De acordo com o político, a medida, que permite a atuação do Exército para reprimir atos, objetiva conter e alertar sobre os protestos violentos no território peruano, que já deixaram sete mortos e 200 feridos.
Os protestos, que começaram com o pedido de libertação do presidente preso Pedro Castillo, agora solicitam eleições gerais para que o povo peruano escolha um novo líder — a vice-presidente Dina Boluarte, que atualmente lidera o país, é rejeitada pelos manifestantes.
“Ficou acordado declarar estado de emergência para todo o país, devido ao vandalismo e à violência, à tomada de estradas e vias (…), que estão sendo controlados pela Polícia Nacional e pelas Forças Armadas”, anunciou o ministro da Defesa, Alberto Otárola, segundo a AFP.
Na terça-feira (13/12), Otárola já havia decretado estado de emergência em Arequipa e Ica, cidades ao Sul do País. Nas localidades, as Forças Armadas já estão nas ruas ao lado da polícia.
Sindicatos agrários e indígenas declararam “greve por tempo indeterminado”, que causou a suspensão do serviço de trem entre Cusco e Machu Picchu, uma das localidades de maior turismo no Peru. A intenção é unir forças com os protestantes para conquistar o novo pleito.
Castillo foi preso após ordenar, na última quarta-feira (7/12), a dissolução do Parlamento peruano, que discutia um pedido de impeachment do presidente por suposta corrupção. Ele foi detido pelos guarda-costas presidenciais enquanto estava a caminho da embaixada mexicana no Peru para pedir asilo.
A sucessora de Castillo, Dina Boluarte, tenta apoio do Congresso para que as eleições sejam antecipadas de abril de 2026 para abril de 2024, mas os manifestantes exigem eleições imediatas.
Em audiência judicial, na terça-feira (13/12), foi negado um pedido de libertação de Castillo antes dos sete dias de prisão preventiva. No local, Castillo nega ter cometido “crime de conspiração ou rebelião” e pediu para que as Forças Armadas parassem de confrontar os manifestantes.
“Daqui quero exortar as Forças Armadas e a Polícia Nacional a depor as armas e parar de matar este povo sedento de justiça”, disse Castillo.
Com informações da AFP