Comunidade quilombola de Paulistana recebe título coletivo de propriedade de terra
O Instituto de Terras do Piauí (Interpi) concretizou um marco histórico ao entregar, no início da semana, o título coletivo de propriedade de terra à Comunidade Quilombola Chupeiro, localizada no município de Paulistana. Essa concessão, segundo o diretor-geral do Interpi, Rodrigo Cavalcante, representa não apenas um ato administrativo, mas o reconhecimento oficial de uma história que remonta a 1910, quando José Andrelino Apolinário da Silva deu início a essa comunidade.
Segundo Cavalcante, o nome “Chupeiro” tem raízes profundas e relata uma realidade peculiar da região. “Deriva-se da existência de uma cacimba na localidade, onde os animais se dirigiam para beber água durante os períodos de seca intensa. Os animais, em sua ânsia por sobrevivência, permaneciam “chupando” a água na cacimba, originando, assim, o nome que identifica a comunidade”, disse o gestor.3
Após décadas de existência e uma longa jornada, em 2006, a Comunidade Quilombola Chupeiro obteve o reconhecimento da Fundação Cultural Palmares (FCP), um passo fundamental para garantir os direitos e preservar a identidade histórica e cultural.
O diretor-geral do Interpi expressou a importância deste momento histórico. “A entrega do título é o resultado de um esforço conjunto entre a comunidade e as instituições governamentais. É uma alegria poder concretizar esse reconhecimento, resguardando não apenas as terras, mas também a memória e os direitos dessa comunidade”, comentou Rodrigo Cavalcante.
A diretora de Povos e Comunidades Tradicionais do Interpi, Rosymaura Duarte, participou do evento representando a diretoria do órgão. Ela reforçou a importância desse ato para a comunidade e enfatizou o compromisso do instituto em apoiar e valorizar as comunidades quilombolas do estado.
“O título coletivo de propriedade é um desdobramento desse processo de reconhecimento e reafirmação dos direitos territoriais dessa comunidade, resguardando não apenas as terras, mas também o legado de gerações que construíram e mantiveram viva essa história”, completou Rosymaura Duarte.
“Esse reconhecimento é resultado de um trabalho conjunto entre as instituições governamentais e a própria comunidade, que ao longo dos anos persistiu na busca pela valorização de sua origem e de seus laços culturais. É um passo significativo em direção à garantia de direitos e à preservação da cultura quilombola, não apenas para o presente, mas também para as futuras gerações da Comunidade Quilombola Chupeiro”, reforçou a diretora.
Nesse sentido, a entrega do título coletivo de propriedade representa não apenas um ato administrativo, mas uma conquista simbólica e real, fortalecendo a luta pela preservação da identidade quilombola e pela justiça histórica para essas comunidades tradicionais.
Fonte: Interpi