Com risco maior de derrota, Trump condiciona estímulos econômicos à sua reeleição e derruba mercados
Após passarem boa parte do pregão em alta ainda com o otimismo pela recuperação do presidente Donald Trump, os índices de ações dos Estados Unidos viraram e fecharam esta terça-feira (6) com queda de mais de 1%.
A piora aconteceu após Trump dizer para os funcionários da Casa Branca suspenderem as negociações sobre novos estímulos contra o coronavírus até a eleição do dia 3 de novembro.
Diante disso, o índice Dow Jones fechou com queda de 1,34%, aos 27.772 pontos, enquanto o S&P 500 recuou 1,40%, a 3.360 pontos. Já o Nasdaq teve perdas de 1,57%, para 11.154 pontos.
O presidente Donald Trump participou de uma ligação com o líder da minoria na Câmara, Kevin McCarthy, o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, onde discutiram o plano de estímulos.
A chamada veio antes de uma conversa esperada entre a presidente da Câmara, Nancy Pelosi e Mnuchin, que têm mantido conversas para tentar encontrar um acordo. Nesta manhã, Pelosi emitiu um comunicado sobre a necessidade de mais estímulos fiscais, dizendo que “uma ação robusta é imediatamente necessária para evitar a catástrofe econômica da devastação da pandemia do coronavírus”.
Mais cedo, o mercado já havia reduzido os ganhos após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmar que a recuperação econômica dos EUA continua longe de ser concluída e ainda pode cair em uma espiral descendente se o coronavírus não for efetivamente controlado e o crescimento sustentado.
“A expansão ainda está longe (de ser) concluída. Nesta fase inicial, eu argumentaria que os riscos da intervenção da política monetária ainda são assimétricos. Muito pouco apoio levaria a uma recuperação fraca, criando dificuldades desnecessárias para famílias e empresas”, disse Powell em comentários preparados para discurso online à National Association for Business Economics.
“Os riscos de exagero parecem, por enquanto, menores. Mesmo que as ações de política (monetária) acabem se revelando maiores do que o necessário, elas não seriam desperdiçadas. A recuperação será mais forte e avançará mais rápido”, afirmou. (InfoMoney)
Redação