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Com rejeição alta, Bolsonaro aposta em viagens e obras para marcar mil dias

Com rejeição alta e em meio a crises sanitária, econômica e hídrica — e liberado após o anúncio de que seu teste de covid deu negativo —, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aposta nesta semana em viagens e obras para marcar os mil dias de governo.

De olho em aumentar a popularidade para tentar a reeleição no ano que vem, a previsão é que ele se dedique nos próximo dias a participar de uma série de eventos, entre anúncios e inaugurações de obras, e a viajar pelo país ao lado de ministros e gestores aliados locais.

A pesquisa Datafolha mais recente mostra que 59% dos entrevistados não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro para presidente em 2022 enquanto 38% não votariam no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje seu principal adversário político, que também deve concorrer ao Planalto no ano que vem. A reprovação ao governo Bolsonaro também atingiu 53%, pior índice do mandato.

A expectativa é que Bolsonaro dê início hoje, no Palácio do Planalto, às celebrações dos mil dias de seu governo — que atingiu o pior índice de seu mandato (53%). Oficialmente, em sua agenda estão programados um evento da Caixa Econômica Federal, uma solenidade alusiva ao Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência e reuniões internas.

O presidente estava em isolamento em Brasília após voltar de viagem a Nova York, nos Estados Unidos, por ocasião da Assembleia- Geral das Nações Unidas. O retorno ao trabalho presencial estava em xeque devido à possibilidade de que estivesse infectado com o novo coronavírus.

Ao menos quatro integrantes da delegação brasileira já testaram positivo, inclusive o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que ficou de quarentena em Nova York.

No entanto, ontem, a assessoria da Presidência informou que o exame do presidente havia dado negativo. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e três ministros anunciaram nas redes sociais que também testaram negativo para a covid-19.

Na sexta-feira (24), os ministros Bruno Bianco, da AGU (Advocacia-Geral da União), e Tereza Cristina, da Agricultura, que não estiveram na viagem a Nova York, também confirmaram que estão infectados com o novo coronavírus.

Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí

A previsão é que Bolsonaro comece a participar de eventos capitaneados por ministros e viaje para parte deles amanhã. A ideia é que o governo promova eventos em todos os estados do país e que haja ao menos uma entrega, seja de obra ou assinaturas para ações neste sentido, para tentar emplacar uma agenda positiva.

Amanhã de manhã, Bolsonaro deve participar de cerimônia de inauguração da Estação Cidadania de Teixeira de Freitas, na Bahia, e da entrega de entrega de trechos de duplicação das rodovias BR-101 e da BR-116, ao lado do ministro da Cidadania, João Roma, No evento, o Ministério da Agricultura e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) devem fazer a entrega simbólica de títulos definitivos de propriedades a famílias de produtores rurais.

Os ministros deverão focar os respectivos estados, até para aproveitar o momento como palanque político junto ao eleitorado. Originalmente, João Roma (Republicanos) é deputado federal pela Bahia. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), que exercia o mandato de senador, deve participar amanhã de cerimônia para a entrega de um posto da Polícia Rodoviária Federal em Piripiri, no Piauí, sua base eleitoral.

Ainda amanhã, Bolsonaro deve participar ao vivo, mas por videoconferência, de evento promovido pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD), em Mossoró, no Rio Grande do Norte, estado de origem do deputado licenciado.

O governo vai inaugurar uma conexão via satélite para internet banda larga em assentamento de Mossoró. Há a previsão de que o ministro ainda formalize a entrega de computadores para escolas, unidades de saúde e outros pontos de inclusão digital.

Enquanto isso, também no Rio Grande do Norte, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, eleito deputado federal pelo PSDB e hoje sem partido, terá entre as agendas desta semana a entrega de sistemas de dessalinização e máquinas, o lançamento da Rota da Fruticultura e o anúncio de investimentos para a recuperação da praia de Ponta Negra.

Roraima, Minas e Goiás

Na quarta (29), Bolsonaro deve desembarcar em Boa Vista, em Roraima, para evento de assinatura do contrato de concessão dos aeroportos do bloco Norte.

No dia seguinte, quinta (30), o presidente deve ir para Belo Horizonte. Uma das agendas previstas na capital mineira é com o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, relacionada à construção do futuro Centro Nacional de Vacinas.

Já na sexta (1º), Bolsonaro deve ir para Anápolis, em Goiás, para a assinatura do contrato de concessão de estradas federais ao lado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Junto com o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), ambos ainda devem ir para Maringá, no Paraná —reduto eleitoral do deputado federal—, para inaugurar obras da ampliação da área operacional do aeroporto regional.

Além da rejeição alta, segundo a mesma pesquisa Datafolha, o presidente Bolsonaro tem hoje 25% das intenções de voto, em segundo lugar na corrida eleitoral, atrás apenas de Lula, com 44%.

A pesquisa foi realizada entre 13 a 15 de setembro deste ano com 3.667 entrevistados em todo o Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. Pesquisas eleitorais retratam o momento atual.

Já pesquisa Ipec divulgada na última quarta (22) pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo, mostra Lula liderando o primeiro turno das eleições presidenciais de 2022 em dois cenários distintos, com mais de 20 pontos percentuais de vantagem para Bolsonaro.

Jogo do Poder

Fonte: UOL

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