Em seu segundo e último dia de visita a Teresina, nesta quarta-feira (18), o ex-presidente Lula (PT) afirmou para a imprensa que o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), pode, sim, ocupar qualquer ministério em eventual governo petista a partir de 2023. “Seria um louco o presidente dispensar um ‘índio’ esperto e competente como o Wellington Dias”, afirmou, ressaltando que o governador tem experiência e diálogo “imprescindíveis” para qualquer governo.
Antes da entrevista coletiva, que ocorreu depois de meio-dia desta quarta, Lula se reuniu com juristas em hotel em que se hospedou e depois seguiu para o Centro Integrado de Reabilitação (CEIR), onde conheceu a ala de sequelados da Covid-19.
Lula estava acompanhado do governador Wellington Dias (PT), da vice-governadora Regina Sousa, do coordenador do programa PRO Piauí, Rafael Fonteles, do secretário de Estado para Inclusão da Pessoa com Deficiência, Mauro Eduardo, da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e do presidente estadual do PT no Piauí, deputado estadual Francisco Limma, entre outras autoridades. Ele conversou com os pacientes e conheceu as instalações do Centro de Recuperação Pós-Covid.
“Isso aqui que você está fazendo por essas pessoas, Wellington, tem que ser conhecido por todo Brasil. Você fez uma coisa extraordinária, meus parabéns!, disse Lula ao governador Wellington Dias.
Lava Jato
Na entrevista coletiva, o ex-presidente relembrou os processos dos quais foi alvo no âmbito da Operação Lava Jato, agradecendo a todos que se solidarizaram com ele. “Quero agradecer a solidariedade internacional que foi muita, e quando eles foram viajar (ministros da Suprema Corte) se incomodavam, pois cobravam e cobravam muito”, disse.
“Acusadores deixaram de ser heróis para ser uma quadrilha de mentirosos. Eu não sei se meus acusadores estão conseguindo dormir sem tomar Lexotan (medicamento indicado para ansiedade, tensão e outras queixas físicas ou psicológicas associadas à síndrome de ansiedade)”, frisou.
Não fala em candidatura
Lula explicou que não fala como candidato às eleições presidenciais em 2022 e que suas viagens pelo país tem o intuito de discutir as mazelas do Brasil com os mais variados setores da sociedade.
“Eu quero percorrer todo o Brasil, conversar com partidos, conversar com empresários, para despertar a indignação neles. Esse país foi tomado por um ódio sem precedentes, tudo por conta da Lava Jato”, acusou Lula.
Ciro Nogueira e Bolsonaro
Para o ex-presidente Lula, a indicação e a ida de Ciro Nogueira, senador piauiense do Progressistas, para o Ministério da Casa Civil tem o propósito de livrar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de um processo de impeachment no Congresso Nacional. Segundo ele, isso pode até ocorrer, mas não ajudará o atual presidente em sua tentativa de reeleição no próximo ano, “porque o povo brasileiro vai dar a sua resposta à má gestão bolsonarista”.
Lula disse não acreditar que o ministro da Casa Civil irá permanecer no cargo por muito tempo. Segundo ele, o “casamento” entre Ciro e o presidente Bolsonaro será mais curto do que se imagina.
O ex-presidente afirmou que está conversando com lideranças do Progressistas em vários estados visando à composição de alianças para as eleições presidenciais de 2022.
