O deputado estadual Franzé Silva (PT) apresentou, em sessão plenária da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), nesta terça-feira (13), requerimento ao Governo do Estado solicitando a criação de coordenadoria ou outra estrutura destinada à realização de trabalho preventivo na área de saúde mental, com atendimento multidisciplinar, principalmente de atenção à depressão e prevenção ao suicídio.
Tal estrutura deverá contar com envolvimento e colaboração de entidades religiosas, instituições de ensino superior e outras instituições públicas ou privadas, com vistas a instituir uma política de estado cuidadosa e preventiva na área de atendimento em saúde mental, com atenção às pessoas e às famílias que padecem com toda a problemática da depressão e propensão ao suicídio.
“As pessoas que chegam a tentar o suicídio devem ser o principal foco das ações de vigilância e de ações preventivas dos profissionais e serviços de saúde. A tentativa de suicídio se desenvolve gradualmente, expressando um processo de crise. Dessa forma, a intervenção precoce e feita de forma adequada, que envolva a pessoa e seu conjunto de relações, é uma estratégia de prevenção”, explica Franzé Silva.
De acordo com o requerimento, no Piauí, entre 2018 e 2019, ocorreram 651 registros de óbitos por suicídio no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Desses, 76,5% foram do sexo masculino e 23,5%, feminino. A taxa bruta de mortalidade específica por suicídio foi de 10 óbitos por 100.000 habitantes, sendo discretamente maior em 2018 (10,1/100.000 habitantes).
Ainda segundo os dados do SIM, dentre as mortes violentas no Estado do Piauí, o suicídio ocupou a terceira causa de morte, com 14,8%, seguida de homicídios (26,19%) e acidentes (58,0%). Os municípios que apresentaram o maior número de óbitos por suicídio, entre os anos 2018 e 2019, foram Teresina, Parnaíba, Altos, Campo Maior, Piripiri, São Raimundo Nonato e São João do Piauí.
“Em geral, o comportamento suicida é pouco percebido pelas pessoas que convivem. Isso revela que o sofrimento psíquico que antecede o evento suicida é silencioso, o que impede ações de proteção de prevenção. Outro aspecto relevante refere-se ao impacto que o suicídio causa sobre a família e a comunidade em geral, deixando no tempo marcas inapagáveis e insuperáveis”, observa o parlamentar. (Ass. Parlamentar)
Redação Jogo do Poder